FONTE: CORREIO DO POVO 

 

A tecnologia usada com ética restitui atividade e projetos de quem sobreviveu a um AVC

O radialista Roni César Padilha, 57 anos, casado, três filhos, figura qualificada e reconhecida nos meios da comunicação social, apresentou telejornais e chefiou redações de tevês, além de atuar como instrutor de cursos de desinibição, dicção e oratória, como também de locução no SENAC/RS.

No entanto, em 2 janeiro de 2011, uma fatalidade mudou o curso da carreira e da vida do experimentado profissional. Um AVC (acidente vascular cerebral de tronco) o limitou a uma cama por cinco meses, reduzindo sua capacidade de comunicação a uma ou duas piscadas de olhos.

Os progressos significativos vieram ao longo dos anos, porém a voz, o instrumento de trabalho e convivência não mais retornou ao que era. Treinava e preparava futuros e atuais profissionais da voz, exatamente um dos maiores prejuízos provocados pelo acidente.

Padilha, proprietário de uma produtora, passou a depender da compra de vozes para manter o atendimento da clientela. Neste ano, um amigo e comunicador, foi portador de um novo alento para Roni, apresentou-lhe uma moderna possibilidade: a Inteligência Artificial (IA).

Ele soube que Padilha possuía gravações de áudios anteriores ao AVC, com sua voz original. A partir de então, munido da tecnologia de IA, o amigo utilizou as gravações de arquivo para “fazer renascer” a voz do locutor Roni César.

Em breve espaço de tempo, Padilha viu-se apto a retomar a produção de materiais comerciais para os tradicionais clientes, utilizando-se da própria voz, agora reconstruída digitalmente. “Me emocionei ao ouvir novamente a minha voz, como era antes do AVC”, se emociona.

Padilha traça um paralelo que a experiência é como um renascimento, ou como o início de uma nova fase em sua vida profissional e afetivamente, pessoal. Agradece à Inteligência Artificial por abrir portas que antes pareciam cerradas em definitivo com o acidente.

Agora, equipado com a nova tecnologia, Padilha está preparado para dar sequência à sua trajetória nos diversos matizes da comunicação, adaptando-se às mudanças e aproveitando as novas oportunidades que a IA dispõe.

Todo drama de Padilha está narrado por ele no livro “Renascer silencioso – relatos de vida após um AVC de tronco”, à disposição nos marketplaces nacionais. “Não choro pelo leite derramado por estar vivo e sem dor, e agora com perspectivas”, salienta.

Para ele, é a prova de que a tecnologia pode servir ao ser humano de maneira surpreendente e transformadora. Em síntese – Padilha reconhece a importância da IA, mas também, que a utilização da ferramenta de ponta e agente da modernidade deve contar com apurado critério, honestidade, ética e compreensão que nada substitui a voz original de um locutor e seu dom, conclui.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

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