Especialista do CEJAM faz alerta para importância do ato, que pode salvar muitas vidas
Criado em 2015 pelo movimento Eu Dou Sangue e incorporado ao calendário do Ministério da Saúde, o Junho Vermelho tem como objetivo despertar a solidariedade nas pessoas acerca de um dos gestos voluntários que mais salvam vidas: a doação de sangue.

O mês foi escolhido, pois, durante o inverno, que começa em 21 de junho, o número de doações cai consideravelmente, deixando os estoques dos hemocentros vazios Brasil afora.

De acordo com o clínico geral Kauê de Cezaro dos Santos, diretor do Hospital Municipal de Cajamar, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, diariamente, milhares de pessoas vítimas de traumas graves, pacientes cirúrgicos e portadores de câncer, entre outros, podem se beneficiar com as transfusões sanguíneas.

Segundo o especialista, uma doação pode ser revertida em diversas modalidades de transfusão, como plaquetas e hemácias, por exemplo. Dessa forma, o sangue doado por uma pessoa pode salvar até quatro vidas.

“Doar sangue significa ter a chance de ofertar o direito de vida ao próximo. O sangue é como se fosse o combustível do corpo. Ele leva o oxigênio às células e, assim, garante a nutrição adequada dos órgãos e tecidos. Na ausência dele, há dificuldade de os sistemas do corpo funcionarem corretamente”, explica.

Pandemia

Além do inverno, outro agravante para a diminuição no número de doações foi a pandemia da Covid-19. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em 2020, o registro de doações caiu cerca de 10% no país.

“Observamos uma queda relevante na quantidade de bolsas nos hemocentros neste período. Acreditamos que a situação pandêmica e os lockdowns aplicados nos estados determinaram a redução de pessoas nos hemocentros, impedindo, assim, a manutenção dos estoques”, destaca o Dr. Kauê.

O médico afirma que é necessário explicar às pessoas o impacto que a doação pode trazer à vida dos necessitados. Segundo ele, o conhecimento e a empatia são partes fundamentais neste processo. “Saber o quanto podemos impactar na vida de uma pessoa, com esse gesto de amor que é a doação de sangue, é imprescindível.”

Além do benefício de ajudar alguém que precisa, doadores de sangue também podem receber alguns direitos especiais, entre eles meia entrada em estabelecimentos culturais e atividades recreativas e o direito a atendimento prioritário em filas de banco, assim como idosos, deficientes e gestantes, segundo a Lei n° 219/09.

Qualquer pessoa pode doar sangue?

Para doar, é necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 quilos e estar em boas condições de saúde. Gripes e resfriados, ingestão de bebidas alcoólicas, extrações dentárias ou acupunturas pedem um tempo maior para que a doação possa ser realizada e devem ser ditos antes do ato.

Gestantes ou mulheres em fase de amamentação não podem doar, assim como usuários de drogas, pessoas expostas a doenças sexualmente transmissíveis e com diagnóstico de hepatite após os dez anos de idade.

Além disso, procedimentos como tatuagens, maquiagem definitiva e micropigmentação – procedimento estético que utiliza agulhas – exigem 12 meses para que a doação seja feita, tal como situações nas quais há maior risco de adquirir IST’s.

“Antes da doação, os voluntários passam por uma entrevista que analisa as possibilidades de doação ou não naquele momento. Todas as informações obtidas são mantidas em sigilo”, explica o médico.

Candidatos à doação que apresentaram infecção pela Covid-19 são considerados inaptos por um período de 30 dias após a recuperação clínica completa.

De acordo com o Dr. Kauê, voluntários que tiveram contato direto domiciliar ou profissional com casos suspeitos ou confirmados de contaminação devem aguardar 14 dias após o último dia de contato para realizar a doação de sangue. Isso também serve para profissionais de saúde que trabalham diretamente com pacientes.

Além disso, a vacinação contra o Coronavírus também pode influenciar no período de doação. Candidatos que receberam a Coronavac, da Sinovac/Butantan, podem doar 48 horas após cada dose, enquanto os que foram vacinados com a AstraZeneca, da Fiocruz/Oxford, e com a Comirnaty, da Pfizer/BioNTech, exigem um período de 7 dias após cada dose.

A doação pode ser feita mais de uma vez ao ano, sendo até quatro doações ao longo de 12 meses para homens, com um período de 60 dias entre uma e outra, e de até três doações ao ano para mulheres, com um espaço de 90 dias entre elas.

No site https://www.prosangue.sp.gov.br, é possível ter acesso aos hemocentros mais próximos para a doação de sangue, além de descobrir os tipos sanguíneos mais necessitados no momento.

No ato da doação, é necessário apresentar documento oficial com foto recente, que permita a identificação do candidato.

Sobre o CEJAM

O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Osasco, Cajamar, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos e Peruíbe.

Com a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde, o CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.

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