Filhos e filhas,
Estamos para celebrar o Dia das Mães, mais um ano superando a saudade de abraçar e estar próximo fisicamente. Aproveito essa data para escrever sobre Maria, a Mãe de todas as mães, exemplo de fé e amor para todos os seus filhos.
Concebida sem pecado, Maria é a serva fiel que se entregou totalmente a Deus e, aceitando ao convite da graça com seu “sim”, se tornou um modelo de quem faz a vontade do Pai e imagem da comunidade comprometida com o plano da salvação.
Do Antigo ao Novo Testamento, muitos são os personagens exaltados, mas a nenhum outro foi reservado um papel tão especial na obra de salvação como foi o papel de Maria. Seu ventre foi o terreno fértil, no qual Deus, pelo Espírito Santo, fecundou o verbo. Jesus, Nosso Senhor e Salvador. No seio de Maria, Deus se fez uma criança e veio habitar entre nós.
O Magistério da Santa Igreja, no Concílio Vaticano II, apontou a Maria Santíssima como modelo de virtude. A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite a pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si (CIC 1803). Na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria (cf. Ef. 5,27), os fiéis ainda têm de trabalhar para vencer o pecado e crescer na santidade; e por isso, levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a família dos eleitos. (Lumen Gentium, 65)
Como bem disse Santo Tomaz de Aquino “A Bem-aventurada Virgem Maria é o modelo e o exemplo de todas as virtudes”. Maria foi a serva humilde que nunca atraiu para si mesma a atenção. Encontramos, na Bíblia, pouquíssimas palavras pronunciadas por Maria.
Porém, ela foi preparada desde sempre para ser a Mãe do Filho de Deus, como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: “Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão de santas mulheres. No princípio está Eva: a despeito de sua desobediência, ela recebe a promessa de uma descendência que será vitoriosa sobre o Maligno e a de ser a mãe de todos os viventes. Em virtude dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar de sua idade avançada. Contra toda expectativa humana, Deus escolheu quem era tido como impotente e fraco para mostrar sua fidelidade à sua promessa: Ana, a mãe de Samuel, Débora, Rute, Judite e Ester, e muitas outras mulheres. Maria se sobressai entre (esses) humildes e pobres do Senhor, que dele esperam e recebem com confiança a Salvação. Com ela, Filha de Sião por excelência, depois de uma demorada espera da promessa, completam-se os tempos e se instaura a nova economia”. (CIC 489)
Maria continuou com sua missão junto aos apóstolos: “Ao final desta missão do Espírito, Maria torna-se a ‘Mulher’, nova Eva, ‘mãe dos viventes’, Mãe do ‘Cristo total’. É nesta qualidade que ela está presente com os Doze, ‘com um só coração, assíduos à oração’ (At 1,14), na aurora dos ‘últimos tempos’ que o Espírito vai inaugurar na manhã de Pentecostes, com a manifestação da Igreja”. (CIC 726)
Ela é a Mãe da Igreja, a Mãe que intercede por nós junto a Jesus. Como nas Bodas de Caná, ela continua a ver nossas necessidades e levá-las ao Filho, ao mesmo tempo continua sempre a nos dizer: “Façam tudo o que meu Filho vos disser”. (cf. Jo 2,5)
Termino citando São Francisco de Sales: “Não existe devoção a Deus sem amor à Santíssima Virgem”.
Deus abençoe e fortaleça todas as mães.
Padre Reginaldo Manzotti