A previsão para o superávit primário na balança comercial do país este ano é bem
otimista. De acordo com o Banco Central, a estimativa é de US$ 70 bilhões de
exportações acima das importações no país. No total, o Brasil deverá exportar, este ano,
US$ 256 bilhões. O carro forte do país é a safra de soja, que tem previsão de alta neste
ano. Além disso, o preço do dólar também eleva o preço das comodities que o Brasil
exporta. Para o professor em Economia, Roberto Picitelli, os dados apurados até agora
não são suficientes para embasar uma previsão tão otimista. “A previsão do Banco
Central parece bastante otimista, mas é preciso levar em conta, por exemplo, que no ano
passado esse superávit foi de R$ 51 bilhões. Então, na verdade, esse crescimento seria
desproporcionalmente elevado, dificilmente alcançado. Os dados disponíveis até agora
são relativos ao primeiro bimestre. Em relação ao primeiro bimestre nós tivemos um
aumento de 13,5% nas exportações e 5,2% nas importações, e a chamada corrente de
comércio, que compreende importações e exportações, teve um crescimento de 4,3%.
Não é a partir do ritmo deste primeiro bimestre que se pode estimar resultados tão
favoráveis”, pondera o economista.Para o economista, outro ponto negativo que pode
barrar o crescimento das exportações no país é a atual situação da relação do Brasil com
a China. “No plano externo, e a propósito do exemplo citado em relação à soja, que
envolve a China, a gente tem que levar em conta, também, o fato de que há uma série de
dificuldades no plano das relações internacionais. São essas dificuldades bem
conhecidas que podem, de alguma forma, criar dificuldades às exportações brasileiras,
até dificuldades artificialmente criadas, mas que podem ser alimentadas pelo pretexto ou
pelas circunstâncias relacionadas às manifestações de autoridades brasileiras”.

Por Luis Ricardo Machado
Rede de Notícias Regional /Brasília
Crédito da foto: Divulgação

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