Filhos e filhas

Estamos no mês de janeiro, tempo de refletir sobre os novos projetos, objetivos, sonhos, esperança de paz e, principalmente, felicidade. Ela é inerente a todos. O ser humano quer ser feliz e busca a felicidade.

Ser feliz depende do conceito de felicidade que cada um tem. Muitos colocam a felicidade nos bens materiais. Ter um bom salário, o carro do ano, poder, dinheiro, fama, sucesso. Tudo isso é ilusão. É fascinação! Posso garantir que a felicidade duradoura não está em coisas transitórias, supérfluas e efêmeras. Ela não deve ser procurada fora de nosso próprio ser.

Anos atrás, escrevi sobre as “Dicas de Felicidade”, que creio nos ajudar a construir momentos felizes. Para o início deste ano, quero me aprofundar na busca da felicidade verdadeira, que só acontece quando encontramos Deus, por meio de Jesus Cristo.

Mas, onde buscar a tal felicidade? Temos sede de felicidade e temos sede de Deus, e o encontro com Deus é a própria felicidade. Longe Dele, não se é feliz. Como disse Santo Agostinho, a alegria que vem de Deus é a única felicidade. Aquele que busca a verdadeira alegria busca viver, na verdade, pois a felicidade provém da verdade. Encontrar a verdade é encontrar a Deus.

Deus se encontra no interior de nós mesmos. Busquemos interiormente, fora de nós encontraremos só vazio e solidão. Santo Agostinho percebeu que somente no interior (alma) encontraria a Deus e que estaria diante Dele. Diz ele: “Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti”.

Contudo, essa presença de Deus em nós exige um processo de descoberta, de fazer uma experiência do encontro. Nossa alma deseja a água viva oferecida por Jesus, fonte inesgotável de felicidade.

O Evangelho de São João nos traz o exemplo belíssimo deste encontro de felicidade. Trata-se do encontro de Jesus com a Samaritana. A experiência da Samaritana a leva ao conhecimento da Verdade que liberta (Jo 8,32). Sem essa experiência do conhecimento da Verdade, ninguém consegue ser verdadeiramente feliz, mesmo em meio à riqueza e prazeres deste mundo.

Nós temos fome de felicidade e a felicidade é uma construção. Não é uma euforia. A felicidade que Deus propõe em nossa vida é esse encontro que leva à transformação. São Pedro escreve em sua Primeira Carta:

“Finalmente, tenham todos a mesma atitude, sejam compassivos, cheios de amor fraterno, misericordiosos e de espírito humilde. Não paguem o mal com o mal, nem o insulto com outro insulto; pelo contrário, abençoem, porque para isso vocês foram chamados, isto é, para serem herdeiros da bênção. De fato, aquele que ama a vida e deseja ver dias felizes, guarde sua língua do mal e seus lábios de proferir mentiras; afaste-se do mal e pratique o bem, busque a paz e procure segui-la. “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e seus ouvidos estão atentos à prece deles. Mas o rosto do Senhor se volta contra os que praticam o mal”. (1Pd 2,8-12)

Então, quer ser feliz? Não pague o mal com o mal, somos muito tentados a não levar desaforo para casa, a pagar com a mesma moeda, a pagar a traição com traição. Pague o mal com o bem, seja fraterno, não minta, não invente calúnias, não guarde mágoas, perdoe sempre, haja com justiça e promova a paz.

Quer ser feliz? Seja misericordioso, de espírito humilde e disponível a Deus. Busque praticar atos e valores do Reino, assemelhando-se mais e mais ao Criador.

Deus abençoe.

Padre Reginaldo Manzotti

 

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