As exportações brasileiras de milho já superaram 100% em volume no acumulado parcial de 2023. Em receita, o aumento foi ainda maior: 150%. Os números, que levam em consideração o total de janeiro e a primeira semana de fevereiro, indicam um mercado aquecido, aponta o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira.
O assunto relacionado aos embarques do cereal para o exterior pautou a edição desta terça-feira (14) do boletim ‘AgroExport’. À frente do quadro, Ferreira mostrou, a partir de dados levantados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que o mercado foi bem mais agitado quando comparado com o mesmo período do ano passado.
No comparativo com janeiro e fevereiro de 2022, o volume de milho exportado pelo Brasil mais do que dobrou. Saltou das 3,5 milhões de toneladas para 7,43 milhões — sendo que a Secex só contabilizou os embarques até a primeira semana deste mês. Em receita, as cifras foram de US$ 870 mil (no primeiro bimestre do ano passado) para US$ 2,19 milhões na parcial janeiro-fevereiro 2023.
“O mercado está aquecido”, enfatizou Ferreira. E ainda mais para o Brasil. Isso porque, conforme ressaltou o diretor de conteúdo do Canal Rural, a racionalização (diminuição) da exportação de milho pelos Estados Unidos faz com que o país ganhe espaço no cenário internacional.
Outro país também ajuda o Brasil a ter vez nos embarques internacionais de milho. Isso porque a Ucrânia, que é o quarto maior exportador do produto, segue em guerra contra a Rússia. Assim, os produtores rurais brasileiros ampliam espaço diante da insegurança de oferta por parte dos ucranianos.
Há, além disso, um terceiro fator. Segundo Ferreira, o câmbio atual permite abrir margem de negociação na compra do produto em real.