Filhos e filhas,
Nas próximas semanas, os cristãos do Brasil são convidados a voltar as atenções para a família. Estamos em plena Semana Nacional da Família, que em 2022 completa 30 anos de evangelização e valorização da célula mater da sociedade.
O tema escolhido para essa data festiva foi: “Amor Familiar, vocação e caminho de santidade”, pois é a partir do amor que a família pode manifestar, difundir e regenerar o amor de Deus no mundo. Sem o amor, não é possível viver como filhos de Deus, como cônjuges, pais e irmãos.
E na família, o amor se traduz em gestos concretos, principalmente na relação entre o casal. O relacionamento entre marido e mulher é um conjunto de sentimentos, gestos e ações que precisam ser bem trabalhados senão o amor pode acabar.
Em várias partilhas que ouço, percebo que o que mais machuca duas pessoas envolvidas numa relação, e que vai arranhando o amor, matando o companheirismo e acabando com a convivência é a desconsideração. Isto é, não valorizar as qualidades e apontar sempre os defeitos do outro.
Quando a desconsideração se torna crônica, provavelmente o casal chegou perto da dissolução, porque o ser humano não suporta viver numa relação em que nunca é valorizado. Por isso ressalto, a valorização do outro precisa acontecer no dia a dia do relacionamento. Não uma valorização extraordinária, num momento especial, só em datas especiais, mas no cotidiano, porque é aí que a relação vai se enfraquecendo.
Ninguém se casa para ser infeliz, carregando o peso de uma relação que, às vezes se torna até doentia, abusiva, onde não há momentos de alegria, de prazer, não há cumplicidade. Filhos e filhas, o casamento é para que um faça o outro feliz! E para isso, devemos sempre reservar o nosso melhor para a família.
Jesus fala de edificar a casa na rocha firme (cf. Mt 7,24-27), e a casa edificada na rocha é uma família que pratica a Palavra, é temente a Deus. E eu e minha casa serviremos ao senhor, está dizendo que praticaremos a vontade de Deus. Seremos tementes a Deus. O alicerce de nossa casa é a rocha e a única rocha é Jesus Cristo.
Muitas vezes, permitimos que os fundamentos de nossa família comecem a ruir quando guardamos mágoas, dissabores, segredos; quando deixamos de rezar, quando não percebemos que os corações estão se distanciando. Mas é possível novamente fundamentar na rocha quando se volta a Deus. Voltar a Deus é reedificar os alicerces da família. “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24,15) deveria ser o lema das famílias.
A Igreja é muito feliz em nos propor uma Semana da Família, de intensificar as orações pela família. Lembremos das palavras do Papa Francisco: “O verdadeiro vínculo é sempre com o Senhor. Todas as famílias têm necessidade de Deus: todas, todas! Necessidade da Sua ajuda, da Sua força, da Sua bênção, da Sua misericórdia, do Seu perdão. E requer simplicidade. Para rezar em família requer simplicidade! Quando a família reza unida, o vínculo torna-se mais forte”.
Vale a pena investir na família, ela traz alegria e realização a todos nós.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti