Filhos e filhas,

Com a proximidade do Dia dos Pais, gostaria de me debruçar sobre a nossa relação com Deus Pai. Claro, sempre por Jesus Cristo, nosso único mediador com o Pai (cf. 1 Tm 2,5). Jesus assumiu nossa humanidade para revelar-nos o rosto amoroso de Deus. E quando os Apóstolos pediram que Jesus os ensinassem a rezar, Jesus começou com PAI NOSSO.

Jesus começa a oração com a palavra “Pai”. Isso demostra que esse verbete já tinha sido elaborado, ou seja, já fazia parte do cotidiano e havia sido internalizada. Ele verbaliza aquilo que a sua filiação sentia. Segundo São Tertuliano, o “Pai Nosso” é, na verdade, o resumo de todo o Evangelho.

Nele, Jesus revela a sua relação com o Pai. Na estrutura, nas petições dessa oração, Jesus coloca a ordem e os valores das coisas que devemos pedir. São Mateus, propositalmente, dispõe o “Pai Nosso” em seguida as bem-aventuranças. É como se fosse uma necessidade rezarmos o “Pai Nosso” para sermos bem-aventurados.

Chamar Deus de Pai é uma ousadia filial e Ele quer que sejamos ousados, porque o filho não tem medidas: ele pede, implora, chora, grita e esperneia, mas não desiste. Somos autorizados por Jesus a ter essa ousadia, pois não estamos nos relacionando com um Deus abstrato ou distante. Jesus estabelece uma relação íntima entre nós e o Pai.

“Pai Nosso que estais nos céus” é sem dúvida um apelo de conversão de vida, porque chamar Deus de “Pai Nosso” nos coloca numa atitude de nos parecermos com Ele. O filho sempre puxa ao pai nas coisas boas e ruins. Chamamos Deus de Pai e Ele O é, mas será que nos parecemos com Ele? Isso também requer outra atitude: a de ter um coração humilde e confiante, um coração de criança, de filho, de quem se submete, quem aceita e obedece.

Quando Jesus diz: “Pai Nosso” e não “Pai meu”, Ele exclui uma fé individualista. Ele quebra toda e qualquer possibilidade de exclusão do outro no processo da salvação. Ao rezarmos “Pai Nosso”, entramos em profunda comunhão com todos os irmãos crentes ou não, com aqueles que já encontraram Deus e os que não O encontraram ainda. Incluímos os justos e pecadores.

Então, dizer “Pai Nosso” é sair do individualíssimo. É compreender que o amor de Deus é sem fronteira e nossa oração também deve ser assim. Isso aprendemos de Deus Pai, que nos ama profundamente a ponto de não poupar seu único Filho, para nos reconciliar com Ele.

Nesta mensagem, gostaria de fazer uma prece por todos os pais, que eles possam ser referência do amor de Deus Pai para seus filhos e que se espelhem em São José para tal missão. E que os seus filhos se sintam sempre amparados, protegidos e amados.

E para os pais já falecidos, pedimos que a luz perpétua os ilumine, que descansem em paz. Amém.

Deus abençoe a todos e um feliz Dia dos Pais para todos os pais!

Padre Reginaldo Manzotti

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