Desempenho poderia ser maior se os aquecedores solares fossem incluídos na matriz energética nacional, nos planos para expansão da oferta e em maior número de projetos habitacionais

 

O mercado solar térmico cresceu 3% no mundo no ano passado, em relação a 2020, aponta a edição 2022 do relatório Solar Heat World Wide da Agência Internacional de Energia (IEA). O Brasil apresentou o segundo maior crescimento, com 28%, atrás apenas da Itália (83%) e à frente de nações como os Estados Unidos (19%) e Índia (16%). “O resultado reflete o grande esforço de nosso setor e a paulatina conscientização dos brasileiros sobre os ganhos econômicos e ambientais do aquecimento solar e poderia ser ainda mais expressivo se houvesse maior apoio do governo”, ressalta o engenheiro e especialista no tema Luiz Antonio dos Santos Pinto, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Térmica (Abrasol).

 

O dirigente lamenta a falta de incentivo por parte de órgãos governamentais a uma tecnologia nacional que propicia grande economia no consumo de energia elétrica pelas famílias, empresas e o País como um todo. O aquecimento solar de água precisa estar presente nos projetos habitacionais da União, estados e municípios e constar efetivamente dos planos nacionais do setor de energia.

 

O Brasil tem instalados 21 milhões de metros quadrados de coletores solares destinados ao aquecimento. “Os números são expressivos, mas ainda é necessário avançar muito na disseminação da tecnologia, que é altamente eficiente, ecologicamente correta e sustentável. Os resultados obtidos até agora no seu fomento advêm de muito empenho dos empresários e da Abrasol”, observa Santos Pinto.

 

O engenheiro acentua que o potencial brasileiro é imenso, considerando que o País tem a presença da luz solar praticamente o ano inteiro, em todo o seu território, tecnologia própria avançada na área e um parque industrial com capacidade imediata para atender a um crescimento expressivo da demanda. Por isso, além da grande economia de eletricidade e do uso de uma fonte limpa, gratuita e renovável, o incentivo aos aquecedores solares geraria mais investimentos e empregos. Segundo o relatório da IEA, o setor empregou cerca de 380 mil novos empregos somente em 2021, considerando o mundo todo.

 

No Brasil, a atividade mantém atualmente 42 mil postos de trabalho, com o crescimento de 22% no ano de 2021. Sendo assim , foram admitidos nove mil trabalhadores diretos e indiretos, em decorrência do aumento da demanda e das instalações. No ano passado, a quantidade de reservatórios de água comercializados pelo setor foi de 201.398 unidades, com crescimento de 18,1% na comparação com 2020. “O volume de produção de coletores solares térmicos somou 1,81 milhão de metros quadrados, representando aumento de 28% em relação a 2020, o que nos deu a classificação em segundo lugar no mundo em termos de expansão”, conclui o presidente da Abrasol.

 

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