Filhos e filhas,

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue verdadeiramente uma bebida” (Jo 6,54-55).

Começo essa reflexão com um versículo sobre o Pão da Vida, que é Jesus, para nos lembrarmos de que Corpus Christi, celebrado nesta quinta-feira. Este dia não é somente um feriado, já que para nós católicos é um dia de manifestarmos publicamente nossa fé em Jesus Cristo, presente na Sagrada Eucaristia.

Em minhas homilias e reflexões tenho falado do privilégio e da responsabilidade de sermos a única Igreja em que Jesus se faz presente em corpo, sangue, alma e divindade em nossos sacrários. Tenho exaltado a importância de que em toda quinta-feira faça-se uma visita a Capela do Santíssimo, prestar alguns minutos, pelo menos, de adoração.

Reforço essa recomendação porque é na Eucaristia, filhos e filhas, que Jesus oferece a si mesmo como força espiritual para nos ajudar na caminhada rumo ao céu, principalmente a colocar em prática o mandamento de amar uns aos outros como Ele nos amou.

No capítulo 6 do Evangelho segundo São João, conhecido como discurso do “Pão da Vida”, Jesus afirma que ele é “o pão vivo que desceu do céu”, ou seja, Ele nos diz que o Pai o enviou ao mundo como o alimento de vida eterna e por isso Ele vai sacrificar a si mesmo, a sua carne.

Na cruz, Jesus deu o seu corpo e derramou o seu sangue. O Filho do homem crucificado é o verdadeiro Cordeiro pascal, que nos faz sair da escravidão do pecado e nos apoia no caminho para a terra prometida. E a Eucaristia é o Sacramento da sua carne, dada para vivificar o mundo. Quem se nutre deste alimento permanece em Jesus e vive por Ele.

Nutrir-se de Jesus na Eucaristia significa abandonar-nos com confiança a Ele e deixar-nos guiar por Ele. Trata-se de acolher Jesus no lugar do próprio “eu”. Desta forma, o amor gratuito recebido de Cristo na Comunhão eucarística alimenta o nosso amor por Deus e pelos nossos irmãos que encontramos no cada dia.

Por fim, finalizo esta mensagem com um trecho da belíssima Lauda Sion, de São Tomás de Aquino, para nossa reflexão nesta Solenidade de Corpus Christi:

Faz-se carne o pão de trigo,

faz-se sangue o vinho amigo:

deve-o crer todo cristão.

 

Se não vês nem compreendes,

gosto e vista tu transcendes,

elevado pela fé.

 

Pão e vinho, eis o que vemos;

mas ao Cristo é que nós temos

em tão ínfimos sinais…

 

Alimento verdadeiro,

permanece o Cristo inteiro

quer no vinho, quer no pão.

 

É por todos recebido,

não em parte ou dividido,

pois inteiro é que se dá!

 

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

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