A maternidade é vista, em nossa sociedade, como o papel central na vida de uma mulher e definitivo de sua identidade. Essa expectativa é rodeada de sentimentos, na maioria positivos, mas há também a exigência de padrões para a maternidade. A expectativa de filhos bem-sucedidos, educados, protegidos e saudáveis vem aumentando nos últimos anos. E, normalmente, essa pressão é desencadeada de forma mais intensa sobre a mãe, seja pela sociedade seja pelos próprios pais.
Quando as expectativas de ser “a mãe perfeita” são excessivas podem ser gerados sentimentos de culpa, enfraquecimento de sua autoconfiança e competência materna. O desequilíbrio causado entre a expectativa e a realidade da maternidade culmina no que se chama de burnout parental.
A princípio o burnout surgiu no contexto laboral, definido como “esgotamento psicológico e físico no trabalho que decorre, permanentemente, no contato com os outros”. Freudenberger (1974) e Maslach e Jackson (1981) foram autores que trouxeram esse conceito para a vivência dos pais por perceberem sintomas similares entre eles, como o excesso de trabalho e de tarefas diárias, a sensação de pouco ou nenhum controlo sobre os acontecimentos, a falta de reconhecimento pelas suas realizações pessoais e profissionais e a falta de apoio percebido. Assim, o burnout parental pode ser definido como um estado intenso de exaustão experienciado pelos pais que pode leva-lo a duvidar da sua capacidade de ser um bom pai/mãe e ao desenvolvimento de um distanciamento emocional em relação aos filhos.
O burnout parental pode ser desencadeado em homens e mulheres, mas sua predominância é sobre as mamães. E há alguns fatores de risco para desenvolve-lo como, a dificuldade em gerir o estresse, o perfeccionismo e o pensamento pessimista. O não tratamento pode desenvolver um quadro depressivo e aumento dos conflitos familiares, podendo ainda a pessoa ter uma vontade de fugir dessa situação, negligenciar os filhos e/ou ter uma relação de violência para com os mesmos.
Para contornar esse quadro é necessário que a mãe busque ajuda profissional, antes que seu quadro evolua para uma depressão. Também é importante pedir e aceitar ajuda de amigos e familiares e, poder, dessa forma, dedicar um tempo para si, ter um tempo para um hobby, atividades esportivas e de lazer, assim como prestar atenção em sua alimentação e hábitos de sono.