Filhos e filhas,

Mais uma vez somos agraciados, através da liturgia da Igreja, com um tempo especial de vivência em preparação para o Natal, o Advento, um tempo favorável, de esperança, vigilância e conversão. Uma alegre espera, que nos ajuda a vencer o comodismo e direcionar nosso olhar para o Natal, preparando o coração para acolher o Menino Deus que vai nascer.

Os dois primeiros domingos do Advento acentuam a segunda vinda de Jesus Cristo, no final dos tempos. Os outros dois nos propõem uma imediata preparação para o Natal do Senhor. A cada Domingo do Advento somos exortados com um tema para reflexão.

O primeiro, nos coloca a necessidade de vivermos a vigilância permanente. Ser vigilante consiste em estar atento aos sinais de Deus em nossa vida, que se manifestam no nosso dia a dia, e ser comprometido com Jesus e com o Reino que Ele veio anunciar.

No segundo Domingo do Advento chega até nós, através de João Batista, um forte apelo de conversão, de preparar o caminho do Senhor: “Convertam-se, porque o Reino do Céu está próximo. João foi anunciado pelo profeta Isaías que disse: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas!” (Mt 3,2-3).

O terceiro Domingo do Advento é o chamado “Domingo da Alegria”, ou Domenica Gaudete. A chegada do Salvador está próxima e somos convidados a nos alegrar com esta espera: “Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres! Que a bondade de vocês seja notada por todos. O Senhor está próximo. Não se inquietem com nada. Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,4-7).

O quarto Domingo do Advento nos coloca às portas do Natal. Refletimos sobre o mistério da Encarnação: “Vejam: a virgem conceberá e dará a luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco” (Mt 1,23). A Salvação nos chega pelo seio de Maria. Ela é o modelo perfeito de obediência, humildade, pureza e fé.

Feito essa explanação sobre o Advento, quero ainda lembrar de Nossa Senhora das Graças, celebrada sábado, dia 27. Um dos aspectos que mais chama a minha atenção sobre essa aparição, foi quando Santa Catarina, para quem a Mãe de Jesus apareceu, notou que alguns raios estavam apagados e perguntou por que aquilo acontecia. Nossa Senhora explicou que eram as graças que Ela queria distribuir, mas que as pessoas não lhe pediam.

Isso me faz refletir o quanto Deus é grande e misericordioso, Ele já dispensou as graças em nossas vidas! Então por que não as alcançamos? Porque Deus não arromba corações, as graças só são completadas quando formos ao encontro Dele e assim é a vida: busca e encontro.

Desejo que consigamos, nesse tempo de Advento, buscar sempre mais a Deus que vem ao nosso encontro.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

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