Filhos e filhas,
Alma de Cristo, santificai-me
Corpo de Cristo, salvai-me
Sangue de Cristo, inebriai-me
Água do lado de Cristo, lavai-me
Paixão de Cristo, confortai-me
Ó Bom Jesus, ouvi-me
Dentro de vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que eu me separe de Vós
Do espírito maligno defendei-me
Na hora da morte chamai-me
E mandai-me ir para Vós
Para que com Vossos Santos Vos louve
Por todos os séculos dos séculos
Amém
Começo a mensagem com a oração atribuída a Santo Inácio de Loyola que celebramos no último dia do mês de julho. É uma oração que está no próprio Missal Romano e é uma ótima sugestão para quem, às vezes, se pergunta sobre o que rezar quando recebe a Eucaristia.
É uma oração muito rica e vibrante, considerada por muitos uma das mais belas orações de se rezar da Igreja Católica. Através dela, recordamos a Paixão de Jesus Cristo e renovamos nossa fé e intimidade junto a Deus, pois nos recomendamos a nos esconder nas Santas Chagas de Jesus.
Essa intimidade que muitos santos e santas tinham ainda em vida com Deus. São Pio, desde de criança, deixou-se atrair por Deus e ao longo da vida foi estreitando os laços, tanto que na oração mostrava um relacionamento profundo com Ele: “Fica, Senhor comigo, fica meu grande amigo”. Santa Teresinha de Lisieux, quando se ajoelhava em frente ao sacrário, dizia: “Jesus, tua menina chegou, tua menina está aqui”. Todos devemos buscar essa intimidade com Deus, e um dos caminhos mais rápidos para isso é a oração.
A oração é o combustível que fornece energia espiritual para enfrentar as tentações e superar as dificuldades da caminhada. Não por acaso, Jesus disse: “Rezem para não cair em tentação” (Lc 22, 40). Ajoelhados em oração, subimos a escada até o Céu. O cristão que não reza é como o motorista que tem um “carro de garagem”, ou seja, que gastou todo o seu dinheiro para ostentar perante os vizinhos e mal tem recursos para abastecer o tanque. Não adianta nada. Repito sempre: o combustível da vida cristã é a oração.
Muitos imaginam que a oração é algo a que recorremos única e exclusivamente para pedir, o que é um grave equívoco. Rezar é empreender um diálogo de amor, por meio do qual experimentamos um pedaço do Céu, a presença do Deus vivo. Como ter a chance de mergulhar, ainda que por alguns instantes apenas, no coração de Deus, senão pela oração?
É por meio da oração que compreendemos o Seu grande plano para nossa existência e adquirimos a perseverança. Esta, por sua vez, leva-nos a rezar sempre mais. Perceba que a oração a que me refiro não é aquela que você faz em um dia específico, por um motivo especial. Nada disso. Trata-se de viver em estado de oração contínua, ou seja, rezar sempre e participar dos sacramentos e da Palavra divina.
Somente com base nessa dinâmica é possível alcançar não apenas a constância de agora, como também a Perseverança Final, a qual os santos sempre consideraram a “graça das graças”. Normalmente não incluímos isso em nossas orações, mas é precisamente essa perseverança derradeira, esse estar em graça no momento da morte, que coroa toda a nossa vida. Em outras palavras, não basta começar bem: também é preciso terminar bem.
Que, através da oração, sejamos cada vez mais unidos a Cristo.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti