Com música, dança, bom-humor e poesia, a companhia Cênica, de São José do Rio Preto (SP), chega a Paraguaçu Paulista em agosto com sessões gratuitas dos espetáculos infanto-juvenis “Por quê?” e “Oi Lá, Inezita”. O primeiro será no dia 3, quinta-feira, às 20h, na Praça da Matriz, no Centro, e o segundo, no dia 4, sexta-feira, no mesmo horário, no Cine Teatro Lucila Nascimento, Centro, esse último com tradução em libras.
O grupo faz bate-papos com a plateia após as apresentações, que acontecem em parceria com a Cia. Bambolina e com o apoio da Prefeitura Municipal, por meio do Departamento de Turismo e Cultura.
Por quê?
O espetáculo “Por quê?” traz a história de quatro simpáticos senhores e senhoras que, todos os dias, ao som do violão do Senhor Coreto, se reúnem em uma praça para vivenciar situações inusitadas, engraçadas e profundamente alegóricas. Teatro, canto, dança e brincadeiras são atividades constantes no cotidiano dessas personagens e configuram seu universo lúdico. A peça é inspirada no texto “Sou uma Pergunta”, de Clarice Lispector, abordando de modo delicado e bem-humorado questões como a solidão, o medo, a amizade e o reinventar-se diariamente.
“Os valores hoje cultivados em nossa cultura ocidental fomentam uma qualidade de relações norteada mais pelo competir do que pelo compartilhar, respeitar e solidarizar-se. A situação se torna ainda mais delicada quando nos voltamos às relações com a pessoa idosa, que ainda sofre desrespeito, abuso e violência. De modo lúdico, bem-humorado e poético, propomos que o público, especialmente crianças e adolescentes, lance um olhar mais de perto às situações e questões vividas pelos idosos, sensibilizando-o e mobilizando-o a refletir sobre realidades que lhe são tão próximas, transformando-as”, considera a equipe artística.
A dramaturgia é de Linaldo Telles, que assina a direção com Fagner Rodrigues. A direção musical é de José Maria Guirado. Elenco e musicistas: Antonio Bucca, Diego Guirado, Fabiano Amigucci, Simone Moerdaui e Vanessa Palmieri.
Oi Lá, Inezita
Já “Oi Lá, Inezita” inspira-se na vida e obra de Inezita Barroso (1925-2015), uma das mais importantes figuras da cultura caipira brasileira. A peça é uma fábula musical que coloca em destaque o amor da artista pela cultura de raiz, em especial a caipira, mergulhando na Inezita folclorista, pesquisadora, difusora e defensora das expressões populares, e também em sua determinação para romper paradigmas em uma sociedade machista.
A narrativa apresenta uma violeira curiosa que subverte a lógica do mundo ao acreditar que não há um lugar definitivo para as coisas, dando início a viagens por diferentes locais do Brasil buscando, metaforicamente, não deixar morrer nossos diversos modos de ser, fazer, saber, dizer, viver e festejar. Com música, dança e poesia, afloram no palco elementos da cultura popular e tradicional brasileira, relembrando a artista eternizada na memória coletiva por sua voz, viola, pelos sotaques regionais reproduzidos em suas interpretações e pela sua trajetória na televisão, onde por mais de 30 anos apresentou o programa dominical “Viola, Minha Viola”.
A personagem-título é recriada da infância à velhice por três atrizes: Geovanna Leite, Márcia Morelli e Simone Moerdaui. Também estão em cena Diego Guirado, Fabiano Amigucci e Glauco Garcia. Babaya Morais e Everton Gennari assinam a direção musical e preparação vocal.
O roteiro musical parte das canções gravadas por Inezita em decorrência de suas pesquisas em torno de manifestações como cururu, maracatu, moda de viola, ponto de umbanda, entre outras. As peças são executadas ao vivo por vozes e instrumentos como viola caipira, sanfona e percussivos.
“Inezita Barroso, por toda a sua história, seus feitos, suas obras, é, para nós, uma referência, e nossa intenção é que o seja também para as novas gerações. Além de cantora e apresentadora, foi uma grande pesquisadora e fomentadora da cultura popular que, ao reafirmar-se como caipira, ainda que tenha sido paulistana, traz à baila questões como o reconhecimento de nossas raízes e o respeito às diferentes culturas, tão caras a todas as pessoas, especialmente à infância e à juventude, etapas que marcam tão fortemente nossos modos de ser e de nos relacionar com o mundo”, reflete o grupo, que em Paraguaçu também terá um encontro com Daya Roses, violeira que esteve à frente de grupos de viola caipira, como o Luizinhas de Marillac. Ela será entrevistada por integrantes da Cênica para a produção de um vídeo documental sobre mulheres na cultura popular.
As apresentações fazem parte dos projetos “Circulação Por quê?” e “Sim, eu sou caipira – Circulação Oi Lá, Inezita”, contemplados pelo ProAC – Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e Governo do Estado de São Paulo.
Sobre a Cênica
Companhia teatral de repertório fundada em 2007, conta com onze espetáculos em circulação, concebidos para palco, rua, espaços alternativos e ambiente virtual. Ao longo de sua trajetória, suas pesquisas têm sido pautadas no teatro popular, na dramaturgia autoral, na música ao vivo enquanto elemento dramatúrgico e na ocupação de ruas e espaços não convencionais. Para além de suas produções artísticas, a companhia mantém, em sua sede, o projeto Território Cênico, voltado à pesquisa, formação e difusão artística-cultural, e realiza a Mostra Cênica Resistências.
SERVIÇO:
Espetáculo: Por quê?
Quando: 3 de agosto, quinta, 20h
Local: Praça da Matriz (Centro)
Duração: 55 minutos. Classificação: 8 anos. Gratuito.
Espetáculo: Oi Lá, Inezita
Quando: 4 de agosto, sexta, 20h
Local: Cine Teatro Lucila Nascimento (Rua Manílio Gobbi, 131, Centro)
Duração: 70 minutos. Classificação: Livre. Gratuito.
(Retirada de ingressos no dia da apresentação na bilheteria do teatro e no Departamento de Turismo e Cultura)
Parceria: Cia. Bambolina
Apoio: Departamento de Turismo e Cultura | Estância Turística de Paraguaçu Paulista

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