Filhos e filhas,
Oh! Meu Santo Expedito, das causas justas e urgentes, intercede por mim nesta hora de aflição e desesperança.
Começo a mensagem de hoje com essa prece porque dia 19 de abril a Igreja celebra a festa litúrgica de Santo Expedito, o santo das causas urgentes. A imagem deste santo diz muito sobre a história dele, ele está segurando uma cruz com a palavra “Hodie” significando a busca urgente deste santo pela conversão.
Acredito que se o “capeta” tivesse mandamentos, o primeiro seria: “Nunca faça hoje aquilo que você pode deixar para fazer amanhã ou depois de amanhã.” Sem dúvida, essa é uma área de grande interesse do Inimigo, pois procrastinar as decisões espirituais e pessoais pode nos custar muito caro.
Para combater esse mal, apresento o exemplo de Santo Expedito, como mencionei, o “santo das causas urgentes”. Esse título lhe foi merecidamente atribuído em razão de um episódio que ocorreu durante seu processo de conversão. Na ocasião, o Espírito Maligno apareceu em forma de corvo grasnando Cras, cras, cras!, que, em latim, significa “Amanhã, amanhã, amanhã!”. Eis a sugestão do Tinhoso: “Não tenha pressa! Agora não! Deixe para amanhã! Adie sua conversão!”
Expedito, que não era bobo, percebeu a jogada do Enganador e, no mesmo instante, pisoteou o corvo e o esmagou. Ao fazê-lo, gritou Hodie!, isto é, “Hoje!”. Com ele aprendemos que devemos buscar o crescimento, em todas as áreas, imediatamente. Nada de procrastinar!
Em nossa vida, precisamos exterminar o “corvo” que nos aconselha a deixarmos qualquer tarefa, seja algo trivial ou mais “cabeludo”, para depois. O amanhã pode nunca chegar. Há um ditado popular muito sábio que afirma: “Só não erra quem não faz.” Com fé, deixemos de lado a preguiça e o medo de errar e façamos nossa mudança hoje. “O caminho do preguiçoso é cercado de espinhos, mas a trilha dos retos é estrada plana” (Pr 15,19).
Isso me fez lembrar os ensinamentos do Padre Odilon, que, imbuído da sabedoria adquirida nos seus 88 anos de vida, sempre repetia em suas homilias: “Pior do que fazer o mal é deixar de fazer o bem.” Não se trata de um simples jogo de palavras, mas de uma crítica contundente ao hábito que temos de “lavar as mãos” ou nos mantermos inertes em vez de tomarmos uma atitude. Afinal, muitas vezes o mal também pode ser consequência da palavra que calamos ou do gesto que sonegamos. O bem é fruto da escolha e da ação direta, contínua, voluntária. Quem adota uma criança, por exemplo, escolheu exercer a maior de todas as missões, que é formar uma família.
Desse modo, não procuremos desculpas para procrastinar nossas boas ações. Se nos planejamos, fazemos acontecer.
Lembre-se: nunca deixe de agir, mas viva um dia de cada vez e sem medo do amanhã. O “não” nós já temos! Corramos, portanto, atrás do “sim”, e com a certeza de que seremos vitoriosos.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti