Filhos e filhas,

Todos nós queremos crescer, é da nossa natureza, até já preguei retiro sobre isso. E se nós queremos crescer, faz parte do processo examinar a consciência. Mas, podemos nos perguntar, o que é consciência? E há ainda outra indagação, se existe consciência, por que insistimos no errado?

Devemos sempre estar em estado vigilante, será que permanecemos no erro devido a uma consciência relaxada e danificada? A nossa liberdade traz uma responsabilidade, sim somos livres: “É para a liberdade que cristo nos libertou” (Gl 1, 5).

Somos livres na prática do bem. É para a liberdade que Cristo nos libertou, mas uma liberdade que embase a ressurreição em Jesus, uma libertação em Jesus, um sepulcro vazio em Jesus, uma liberdade que deve nos levar a uma boa consciência.

Deus nos deu o chamado “livre arbítrio”, que é a liberdade de fazermos escolhas, de agir ou não agir, de fazer as coisas ou não fazer. Essa liberdade alcança a sua perfeição quando está em profunda sintonia com Deus.

A liberdade que nós cristãos temos, nem Deus na sua onipotência nos tirará, nem Jesus no seu ato redentor nos tirou. Pelas Suas Santas Chagas, Ele nos abriu a porta e quebrou os grilhões, mas sair depende de nós.

Na última refeição com os apóstolos, podemos imaginar a angústia de Jesus, sabendo que a seu lado estava o traidor. Jesus ainda tentou salvá-lo, dizendo: “Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato” (Mt 26, 23), mas não pode interferir, teve que contar com o livre arbítrio de Judas. A decisão foi de Judas.

A liberdade pode ser nossa redenção ou nossa perdição completa. Dar senhorio a Jesus e segui-lo, é submeter a nossa liberdade, a nossa vontade à Dele, porque Ele é o Senhor. Foi assim, entre Jesus e o Pai. A vida de Jesus não foi tirada, Ele a entregou livremente, em favor dos homens, por amor ao Pai.

Deus nos quer, mas Ele não nos obriga. É uma decisão pessoal voluntária, sem coação, sem medo. Nós temos a liberdade e, se nós dizemos cristãos batizados, devemos entregar nossa liberdade ao discipulado de Jesus.

A liberdade dada por Cristo é compreender que Ele é grande e dizer que nós, em nossa pequenez, na nossa razão limitada, não O alcançamos, mas O aceitamos. Discernir nossa liberdade, nossa vontade e a vontade de Deus é outro problema sério da nossa consciência.

A consciência que temos é o julgamento da razão, sobre um ato que fazemos ou que planejamos fazer. A consciência é quem vai nos dizer se é justo, correto ou injusto e mau. Este dispositivo está em nossa alma, é a essência divina em nós. É uma lei do nosso espírito que ultrapassa a nós mesmos. A consciência é como sacrário em que Deus nos fala.

Se os princípios que nos movem não são de Deus, a liberdade ao invés de nos levar à perfeição levará para o abismo. A consciência tem que ser educada, esclarecida, reta, formada pela razão. A paixão não é contraria à razão, mas a razão tem que ter domínio sobre a paixão. Talvez a paixão nos mova, mas quem decide tem que ser a razão. A paixão mal-usada pode nos levar à perdição.

Temos que nos cuidar porque vivemos no mundo e somos continuamente influenciados na formação de nossa consciência. Formar a consciência é uma tarefa para toda a vida. Quem consegue um nível de consciência reta, encontra a paz.

Que possamos ser livres em Deus, para sermos plenamente felizes.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

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