Fonte: Associação Beneficente Síria – Hospital do Coração (“HCor”)
Exercícios e alimentação equilibrada contribuem efetivamente para evitar avanço da doença
Conhecida como uma doença silenciosa por não apresentar sintomas tão evidentes, a osteoporose atinge no Brasil cerca de 15 milhões de pessoas, segundo estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esses dados são relevantes, uma vez que as complicações da doença crescem com o envelhecer da população, já que a idade é um fator que predispõe a enfermidade.
Segundo a fisiatra do Hospital do Coração, Dra. Pérola Plapler, diversos fatores contribuem para o surgimento da osteoporose como hereditariedade, quando há casos de parentes próximos na família com a doença; fatores nutricionais, como a pouca ingestão de cálcio; uso excessivo de bebidas alcoólicas que diminuem a produção de células novas no osso e aumentam as chances de quedas e de fraturas; condições hormonais, pois com o tempo homens e mulheres deixam de produzir seu hormônio sexual (testosterona ou estrógeno) o que limita a produção de massa óssea.
Até que ocorram as fraturas, a doença não apresenta sintomas muito evidentes, o que dificulta ainda mais o tratamento. “Muitos pacientes se queixam de dores pouco específicas e difusas que melhoram com o uso dos medicamentos para tratamento da osteoporose. Devemos ficar atentos à perda de altura e ao encurvamento das costas – que já podem ser o sinal de que estão ocorrendo micro-fraturas das vértebras”, explica a Dra. Plapler.
A doença acomete 1 em cada 4 mulheres após a menopausa e 1 em cada 8 homens acima dos 65 anos de idade. Nas mulheres a incidência da doença é maior, pois a menopausa na mulher começa mais cedo, caracterizada principalmente pela diminuição do estrógeno, um hormônio muito importante no estímulo à formação e na proteção da massa óssea. Já os homens começam seu processo de perda de massa óssea mais tarde e, como têm ossos e músculos maiores, têm um estoque de massa óssea maior, precisando de mais tempo para que seus ossos fiquem mais frágeis.
O primeiro passo para diagnosticar a doença é uma avaliação dos dados clínicos do paciente e a realização de um exame chamado densitometria óssea, fácil de realizar e que detecta precocemente a quantidade de massa óssea do esqueleto. Depois de diagnosticada, é importante o tratamento para evitar o avanço da osteoporose. “A doença deve ser diagnosticada e tratada o mais cedo possível para evitar a fragilidade do esqueleto. Quanto mais cedo se inicia o tratamento da osteoporose, melhor”, afirma a Dra. Pérola Plapler.
Exercícios físicos são recomendados tanto na prevenção quanto no tratamento da doença. Musculação, corrida e caminhada são indicados para prevenir a osteoporose. Já para quem tem a doença é necessário um acompanhamento médico e de um educador físico, uma vez que exercícios muito intensos podem provocar fratura em ossos muito frágeis.
Além disso, uma alimentação equilibrada é importante para prevenir esta doença que cresce de maneira acelerada. A nutricionista do Hospital do Coração, Camila Ragne Torreglosa explica que consumir alimentos ricos em cálcio como, por exemplo, leite, iogurte, queijo, sardinha e brócolis são fundamentais, pois o cálcio é responsável pela formação e manutenção da massa óssea. Mas, a especialista acrescenta que outros nutrientes são importantes no combate à doença.
“Alimentos ricos em vitamina D como, ovo, salmão, atum e bacalhau são indicados uma vez que é um nutriente importante regulatório da saúde óssea e fundamental para que o cálcio ingerido seja absorvido pelo intestino. O consumo de nutrientes com vitamina K achado no brócolis, lentilha, repolho e couve manteiga e o mineral magnésio encontrado na acelga, espinafre, quiabo, beterraba e amêndoa também são importantes para saúde óssea, pois a vitamina K participa da formação óssea e o magnésio ajuda na absorção do cálcio da nossa alimentação”, explica a nutricionista.
A partir de 50 anos, a recomendação da ingestão de cálcio diária tanto para mulheres quanto para homens é de 1200 mg. “Já que o metabolismo ósseo é bastante complexo e envolve múltiplos nutrientes, a dieta deve ser bem variada”, acrescenta a nutricionista. O cardápio abaixo indicado para a faixa etária adulta e idosa sugere um plano alimentar focado em suprir as necessidades de cálcio. Os demais nutrientes e calorias devem ser calculados individualmente por um especialista, respeitando as necessidades nutricionais de cada pessoa.
“O ideal é que o cálcio seja adquirido pela dieta e a vitamina D pelos alimentos e pela exposição ao sol. Quando existe algum impedimento para isto, e estas substâncias estão em quantidade abaixo da recomendada, deve-se considerar a suplementação tanto do cálcio como da vitamina D”, finaliza a Dra. Pérola Plapler.
Alimento |
Quantidade |
Café da manhã |
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Leite desnatado | 1 xícara de chá |
Pão Francês | 1 unidade |
Queijo minas light | 1 fatia média (30g) |
Mamão | ½ unidade |
Aveia | 1 colher de sopa |
Intervalo da manhã |
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Damasco seco | 3 unidades |
Amêndoa | 4 unidades |
Almoço |
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Salada de acelga | 1 prato de sobremesa |
Arroz | 4 colheres de sopa |
Feijão | 4 colheres de sopa |
Filé de frango grelhado | 1 filé médio |
Brócolis refogados | 4 colheres de sopa |
Caqui | 1 unidade |
Suco de goiaba | 1 copo 200 ml |
Intervalo da tarde |
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Iogurte desnatado | 1 copo 200 ml |
Bolacha água e sal | 6 unidades |
Jantar |
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Salada de agrião com tomate | 1 prato de sobremesa |
Batata cozida | 4 colheres de sopa |
Couve refogada | 4 colheres de sopa |
Peixe grelhado | 1 filé médio |
Abacaxi | 1 fatia média |
Água de coco | 1 copo 200ml |
Quantidade total de cálcio | 1200 mg |