Filhos e filhas,
Estamos na semana da pátria. Neste ano, nós, como brasileiros, comemoramos 200 anos de nossa independência. E devemos celebrar! Celebrar nossa cultura, celebrar esse povo alegre, corajoso e piedoso que somos.
E nesta semana, elevo uma prece pela pátria, que todos os brasileiros possam viver com dignidade, integralmente, em todos os âmbitos da vida. Eu acredito na capacidade do povo brasileiro de superar todas as tribulações de forma pacífica. Porque a paz, principalmente em uma nação, deve sempre ser preservada.
E muitas coisas nos levam a perder a paz. O medo é um dos inimigos da paz, porque nos leva à insegurança, à desconfiança, a nos armarmos contra aqueles que pensamos ser ameaça para nós. Não digo que estejamos com armas de fogo e também não me refiro só à agressão física. Fazemos de nossa língua uma arma mortal, espalhando fofoca e maledicência, “puxando o tapete”, mentindo e intimidando.
O próprio Jesus, ao nos deixar a paz, recomendou que não tivéssemos medo. Por isso também, em seguida, Ele nos mandou amar-nos uns aos outros (cf. Jo 15,17). O medo separa, desequilibra e desune; o amor atrai, congrega, dá segurança e traz a paz.
A mentira é outra inimiga da paz. A pessoa que pratica o mal não gosta de ver as coisas ruins à luz da verdade, se esconde. Por isso quem faz o mal não gosta da luz. Jesus é luz e quem caminha no mal, quem é mentiroso, desonesto, quem busca o pecado não quer a luz, prefere as trevas, as sombras, prefere fazer as coisas na surdina, nas fofocas, intrigas, promovendo as discórdias.
Não podemos nos esquecer que a paz, além de ser um dom de Deus, é uma construção diária que depende muito de nós. Depende de nossas atitudes, de sermos capazes de nos reconciliar, nos acolher, nos perdoar e libertar-nos das mágoas e ressentimentos.
Muitos atos de violência são gerados por motivos fúteis, pela inveja, egoísmo, preconceito, falta de autocontrole, de tolerância ou de equilíbrio. O problema é que a dureza de coração nos faz indiferentes diante do nosso próximo e não o vemos como alguém em potencial, alguém que possamos amar. Vemos como inimigo.
Tudo isto nos afasta da paz, mas não podemos nos dar por vencidos. O Apóstolo Paulo afirma: “Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,7).
Esse trecho da Carta aos Filipenses nos dá uma certeza que a paz não é uma utopia, não é um “talvez”, mas é uma certeza em Jesus. Ele venceu o mundo! A paz já nos foi concedida e tenho certeza que ela prevalecerá em nossa pátria.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti