Filhos e filhas,

Agradeço imensamente a todos que contribuíram de alguma forma pelo bom êxito das 24 Horas na Presença do Senhor. Já ouvimos alguns testemunhos e confiando no Sagrado Coração de Jesus, ouviremos outros.

O que realmente faz esse evento ser tão grandioso é a fé das pessoas. Quem pode participar, notou que o que une as pessoas nas 24 Horas em Oração é a fé. O Evangelho de São Marcos diz que em Nazaré, Jesus não pôde fazer muitos milagres, porque Ele ficou impressionado com a falta de fé do povo (Mc 6, 1-6).

Às vezes, nossos pedidos não são atendidos pela matéria da nossa prece, ou seja, porque não sabemos pedir. Mas São Paulo nos garante: “Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus” (Rm 8, 26-27).

Deus somente nos atende quando aquilo que pedimos é realmente o que necessitamos. Muitas vezes, nós, em nossa fragilidade e pequena concepção das coisas, pedimos aquilo que seria mais fácil, ou que resolveria nossa situação no momento. Deus vai além. Deus enxerga corretamente aquilo que precisamos e sempre nos atende naquilo que realmente necessitamos.

Com toda a certeza, Deus somente dá o que é melhor para nós. Temos que distinguir numa prece o que é nossa vontade, o que é capricho e o que nos é realmente necessário. Deus não deixa nos faltar o necessário.

A fé ilumina a razão e entre elas não deve haver oposições. A razão é obra do criador própria do homem e a fé um dom que o criador concede ao homem.

Segundo São Tomás de Aquino, a razão e a fé se realizam juntas. Mesmo reconhecendo a autonomia da razão, afirma que ela sozinha é incapaz de penetrar nos mistérios de Deus, apesar de ser Deus a sua finalidade. Para ele a razão presta um precioso serviço à fé. Ela é serva da fé (Suma Teológica II-II).

O São João Paulo II inicia a encíclica Fé e Razão (Fidelis et Ratio) afirmando: “A Fé e a Razão constituem como que duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade” (João Paulo II. Fidelis et Ratio. p.5). Devemos sempre buscar o equilíbrio entre a fé e a razão.

O mesmo se dá em relação à ciência. A fé precisa da ciência para não se tornar doentia. Já a ciência precisa da fé para não se tornar devastadora e colocar suas descobertas a serviço do mal. A fé e a ciência têm um objetivo comum: a verdade. Elas não se contrapõem na afirmação: milagre é uma intervenção direta de Deus, e serve para nos edificar na fé.

Então, filhos e filhas, todos os testemunhos de curas e milagres só irão realmente edificar a nossa alma, se tivermos fé.

Finalizo citando a Carta aos Hebreus: “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se chegar a Ele é necessário que se creia primeiro que Ele existe e que recompensa os que O procuram” (Hb 11, 6).

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

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