(Fonte: Estado de Minas)
Ao contrário do que muitos pensam, as varizes – veias dilatadas e tortuosas – também podem acometer os homens. Apesar de um dos principais fatores de risco para o surgimento desse quadro estar associados às mulheres – hormônio feminino, gravidez e/ou anticoncepcionais –, a genética e maus hábitos de vida, como ficar muito tempo sentado ou em pé, tabagismo e obesidade, podem predispor ao adoecimento dos vasos sanguíneos.
Porém, um fato preocupante entre os homens é que muitos deles, seja por medo ou vergonha, não buscam a ajuda de especialistas precocemente, o que leva a um reconhecimento tardio e já em estágio mais avançado do quadro. Além disso, de acordo com especialistas, a menor preocupação com a aparência também tem influência na criação desse tabu.
“Quantas vezes ouvimos que homem não chora, tem que ser resistente à dor e às fragilidades. Isso fica no inconsciente e entendemos que se cuidar é fragilidade. Ir ao médico é reconhecer a fragilidade de um corpo que precisa de cuidado e prevenção, e o inconsciente associa que se cuidar é fraqueza, e não inteligência.
Outro ponto é o medo, o homem tem muito mais medo de descobrir coisas negativas em comparação com as mulheres, tanto que, se a gente observa, a mulher tem mais facilidade de lidar com notícias negativas do que o homem”, explica o psicanalista Junior Silva.
Nesse cenário, todas as inseguranças, medos e conceitos inconscientes se tornam uma espécie de vilão da boa saúde do homem. Isso porque, com o passar do tempo, complicações podem aparecer em razão da piora gradativa e da sintomatologia silenciosa, como aparência ruim, inchaço, trombose, escurecimento da pele e feridas.
Apesar disso, alguns sinais podem ser observados. Entre eles, o aparecimento de veias azuladas e visíveis, agrupamento de vasos avermelhados, sensação de peso nas pernas, câimbras, inchaço e sensação de ardência.
É o caso do empresário Guilherme Uemura Bernardinho, de 35 anos. “Tenho varizes desde os 15 e só procurei o tratamento neste ano. Foram mais de 20 anos sem um tratamento. Sempre senti muito peso nas pernas e muita fadiga”, conta.
O médico vascular Gustavo Marcatto destaca que as varizes são comuns, porém, com a demora para o reconhecimento da doença, além de complicações pode haver interferência na eficácia do tratamento aplicado. “Quanto antes o especialista for procurado, melhor.”
CIRURGIA
As varizes são diagnosticadas apenas com uma análise da pele e aparência das veias. Além de examinar a região afetada, os médicos levam em consideração algum sintoma apresentado. A partir disso, os tratamentos podem ser indicados. Inclusive, além da cirurgia convencional, com o avanço da ciência há, atualmente, o uso do laser para realizar cirurgias não invasivas, em poucas sessões e sem necessitar de pós-operatório.
“É importante destacar que as técnicas de tratamento para as varizes dos homens e das mulheres são as mesmas. Cada um com sua particularidade, mas com os mesmos princípios”, conta Gustavo Marcatto. O médico vascular destaca duas técnicas efetivas: a primeira, CLaCS (Cryo Laser & Cryo Sclerotherapy), é guiada pela realidade aumentada, identifica os vasos e utiliza a sinergia entre o laser e a escleroterapia. “É um método seguro, que evita em 85% os casos de cirurgia, eliminando as varizes e os vasinhos e que não leva à internação ou ao repouso, deixando as pernas bonitas e saudáveis no mesmo procedimento”, explica.
Guilherme Bernardinho conta que esse tratamento “era tudo do que precisava”. “O tempo de uma cirurgia convencional é grande, e o tempo de recuperação estava me impedindo de fazê-la. Esse tratamento é espetacular, sem dor e em pouquíssimo tempo. No meu caso, demorou apenas uma hora. Eu já tinha procurado alguns médicos vasculares, mas todos me indicaram cirurgia e eu bloqueava por questão de tempo. Com esse método, o resultado foi imediato, a perna desinchou na hora, foi impressionante”, relata.
O tratamento ao qual Guilherme se submeteu, segundo Gustavo Marcatto, é realizado em consultório, sem cortes e sem a necessidade de repouso. “Com o uso do laser, no mesmo procedimento é possível eliminar as varizes e os vasinhos. Logo após o tratamento, o paciente pode seguir sua rotina e realizar as atividades do dia a dia sem nenhuma restrição”, explica.
A segunda técnica efetiva, segundo o especialista, é mais específica para varizes grossas e veia safena. “Antigamente, para tratá-la era preciso fazer cortes na perna e ficar mais de 30 dias de repouso. Hoje, com o Endolaser não há essa necessidade. O paciente faz o procedimento na própria clínica e volta para casa andando.”