PAUTA – Em “Crônicas de uma mentira” a Psicóloga Merilin Völk traz uma reflexão sobre o 1º de abril

Crônicas de uma mentira

O dia 1º de abril é popularmente conhecido como o “Dia da Mentira”. Todos tiram um momento desse dia para pregar peças, contar histórias falsas e se divertir com as reações de todos. Nesse dia ninguém fica ressentido ou amargurado, tudo é levado com muito bom humor. Porém, mentiras e pegadinhas não se restringem a um único dia no ano!!! Você, com certeza, já passou por isso!!! Você se lembra da sua primeira mentira???

A mentira tem início na nossa vida tão cedo que nem nos damos conta, seja quando dizemos que fizemos uma tarefa que na verdade não foi realizada, ou quando dissemos que não tivemos um determinado comportamento para fugir da fúria dos papais. Seja quando começamos as brincadeiras de faz-de-conta, onde nossa imaginação é aguçada e, nós adultos falamos para as crianças: “é tudo de mentirinha”, associando a imaginação desse momento do desenvolvimento com a mentira. E assim, nesse caso, a mentira é compreendida como uma ação permitida!!!

A medida que crescemos as mentiras aumentam, a frequência e a importância, uma mentira surge para acobertar a outra e, parece não ter mais como sair desse ciclo!!! Mas, quero chamar sua atenção para um dos maiores motivos que nos move a mentir, a necessidade de corresponder o que uma outra pessoa espera de você!!! Mentimos que fizemos uma tarefa para não desapontar nossos pais. Mentimos que não nos comportamos mal, porque sabemos que não é o comportamento esperado pelos pais. Mentimos sobre nossa vida para nos tornar as pessoas que acreditamos que os outros (pais, pessoas da escola, do trabalho, da igreja, do clube, a sociedade em geral) imaginam que nós sejamos.

Porém, as mentiras cumprem algumas funções na sua vida. Alguns se sentem tão angustiados, outros tornam a mentira como um álibi de certas situações, outros a usam pela própria insegurança de afirmar seus pensamentos e entrar em conflitos, outros ainda adoecem e a mentira se torna natural, como se fosse o seu “normal”.    Hoje podemos entrar na brincadeira, mas te convido a refletir sobre como o ato de mentir age na sua vida nos outros dias!!! Qual função a mentira cumpre na sua vida??