Filhos e filhas,
Estamos na Quaresma, um tempo bastante propício para buscarmos a santidade, o devemos fazer sempre, é verdade. Mas, neste tempo, o céu está aberto. Por isso, busquemos fazer a diferença em nossas comunidades e realmente ser sal da terra e luz do mundo, ser fermento na massa no ambiente onde estamos.
Ser sal da terra e luz do mundo é fazer com que as pessoas, através de nosso anúncio e testemunho, conheçam Jesus Cristo. Depositem, encontrem e coloquem Nele toda a sua esperança de viver. É estar perto daqueles que estão à procura da água viva e mostrar que eles depositem sua fé em quem pode dar sentido ao seu viver, ou seja, Jesus Cristo.
Se conseguíssemos conduzir as pessoas a colocarem sua fé em Jesus Cristo e, consequentemente, na Igreja, nós estaríamos numa nova evangelização. São pontos tão simples, porém, como é desafiador. Partilho um exemplo pessoal.
Eu fui muito estimulado a ser Padre, através do testemunho de vida de um sacerdote. Muita gente não entende porque eu entrei no seminário aos 11 anos, a ponto de um jornalista perguntar se minha família tinha problemas financeiro, se eu dava despesas demais.
E eu comecei a me perguntar: por que fui para o seminário? Foi uma coisa muito natural, nunca fui forçado, não fugi de nada. Minha família sempre foi e até hoje é maravilhosa. Então, me dei conta, de que foi por causa do meu pároco Monsenhor Sétimo Giacobo.
Foi esse homem, um italiano, excelente Padre, excelente orador, um grande homem dedicado à liturgia, que tocava piano, um homem erudito, que eu, olhando para ele quando criança, fui estimulado a ser Padre. A partir disso, confesso que o meu maior anseio é um dia ouvir um jovem me dizer: “Eu olhei para o seu sacerdócio e desejei ser Padre”.
Da mesma forma, nós deveríamos ter esta mesma perspectiva de querer que na vida que levamos diante de Jesus, sejamos para alguém um estímulo e que alguém, olhando para nossa comunidade, para nossa busca pela santidade, se torne um cristão católico mais fervoroso.
Isso é gerar filhos do Espírito, que deveríamos ter como meta. Sejamos como a Samaritana, para depois sermos uma vasilha que transborda Jesus para os outros que estão sedentos e carentes da água viva.
Disse Pedro: “Estais sempre prontos a responder pela vossa defesa e todo aquele que pedir a razão de vossa esperança fazei-o com suavidade e respeito”. É nesse contexto que eu quero lembrar, falar com suavidade e respeito. Suavidade porque Deus é suave, respeito porque não podemos impor, mas não podemos nos acovardar.
Em nome de um pseudo respeito, muitos deixaram de evangelizar. Em nome de um pseudo respeito, deixamos de acreditar. Nós devemos sempre buscar mais, almejar mais, sermos mais arrojados na fé.
Nós não podemos nos acomodar. O encontro amoroso com Cristo nos leva a aderir e servir. Podemos viver momentos ruins e até um período de aridez espiritual, mas se cremos e estamos em Jesus, nada nos fará desistir.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti