Filhos e filhas,
Um abençoado e feliz 2022! Que o Espírito Santo seja nossa companhia constante por todo o ano, para que permaneçamos sempre no caminho do Senhor. Amém.
Mesmo passando por tempos turbulentos, desejo que possamos viver muitas alegrias em nossas vidas, a alegria que é um fruto do Espírito Santo e que deixa a vida mais leve e fácil de ser vivida.
Nós devemos ter a alegria dos reis magos que, ao verem de novo a estrela, ficaram radiantes de alegria (cf. Mt 2,10). Alegres porque retomaram no caminho do Senhor e puderam encontrar o Deus Menino, envolto em faixas e lhe oferecerem os presentes.
Também devemos nos alegrar como as mulheres na madrugada da Ressurreição que, ao verem o túmulo vazio, correram com muita alegria para noticiar aos discípulos (cf. Mt 28,8) que Jesus está vivo! Essa deve ser a nossa alegria também.
Alegria nos enche de energia e entusiasmo. Aliás, a própria origem da palavra entusiasmo que dizer “ter um deus dentro de si”, “ter alma”, “ter ânimo”. São Paulo nos exorta a sermos alegres no Senhor. Em nossas vidas, precisamos cultivar a alegria, precisamos exercitar a surpresa boa. Não é maravilhoso quando, de repente, descobrimos um ensinamento, quando compreendemos pela primeira vez, um novo sentido de uma determinada passagem bíblica?
Já recebi várias partilhas de pessoas que me dizem: “Nossa, padre, já tinha lido isso tantas vezes, mas quando o senhor falou daquele jeito eu parei para pensar e entendi tanta coisa que antes não percebia”. Esse processo bom, da alegre descoberta, também acontece comigo sempre. Já li determinados trechos da Bíblia e várias vezes as palavras saltam aos olhos, dando sempre uma compreensão diferente para a mesma palavra, essa ação do Espírito Santo me alegra o coração.
Alegria simples dessa forma nos antecede a alegria plena que teremos em Deus. E é importante ficarmos sempre atentos, pois o mundo oferece prazer e não alegria; gera muitas expectativas e responde a elas com incontáveis frustrações. Deus, gera alegria.
O próprio Catecismo da Igreja Católica nos ensina a fonte da alegra: reconhecer que somos dependentes de Deus.
“Depois da criação, Deus não abandona a criatura a si mesma. Não só lhe dá o ser e o existir, mas a cada instante a mantém no ser, lhe dá o agir e a conduz ao seu termo. Reconhecer esta dependência total do Criador é fonte de sabedoria e de liberdade, de alegria e de confiança:
«Vós amais tudo quanto existe e não tendes aversão a coisa alguma que fizestes: se tivésseis detestado alguma criatura, não a teríeis formado. Como poderia manter-se qualquer coisa, se Vós não quisésseis? Como é que ela poderia durar, se não a tivésseis chamado à existência? Poupais tudo, porque tudo é vosso, ó Senhor, que amais a vida» (Sb 11, 24-26). (CIC 301)
Que nesse ano que começa possamos permanecer alegres, reconhecendo que somos criaturas amadas de Deus.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti