Filhos e filhas,
No próximo domingo, encerrando o ano litúrgico, a Igreja celebra a Festa de Cristo Rei. Lançar um olhar sobre a imagem de Cristo padecente na cruz, pobre, obediente, resignado e sobre a imagem de Cristo Rei é contrastante.
Tiraram a coroa de espinhos e colocaram uma coroa do mundo. Tiraram o cajado de pastor e colocaram um cetro de poder. Engano da Igreja? Não. Jesus é o Rei do Universo. Sua autoridade não se origina de um poder que oprime, mas do amor e do serviço. Cristo é Rei na Cruz, é Rei glorificado.
Ele conquistou a realeza pelo humilde serviço, assumindo nossa humanidade e se entregando na cruz para nos remir da maldição do pecado, como nos ensina São Paulo:
“Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor” (Fl 2,6-11).
A festa de Cristo Rei nos recorda que devemos permitir que Cristo reine em nossos corações e em nossas vidas, de lutarmos para que o Seu Reino seja instaurado desde agora no mundo. Jesus tenta nos explicar o que é esse Reino, usando várias comparações:
“O Reino dos céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos” (Mt 13,31-32).
“O Reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa” (Mt 13,33).
“O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo” (Mt 13,44).
“O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra” (Mt 13,45-46).
Nestas comparações vemos como vale a pena lutar para instaurar o Reino de Deus. Mas como vivê-lo e antecipá-lo? Vivendo as obras de misericórdia, nós anteciparemos o Reino, com coisas muito mais simples do que pensamos. Imaginamos uma revolução total do mundo, mas isso não se fará com canhões, nem com bomba atômica, mas com a revolução da consciência humana, dos anseios do ser humano.
Jesus Rei do Universo tem o mundo em suas mãos, mas o ser humano nas suas opções, por não acreditar no Reino, não está cuidando bem esse mundo. Ele nos deu para que o administrássemos. E para bem administrar, proclamemos o senhorio de Jesus consentindo que Ele reine em nossas vidas, praticando o amor, o direito e a justiça.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti