Filhos e filhas,
No último domingo, dia 17, foi celebrado em toda a Igreja o Dia Mundial das Missões. A data nos renova um desafio: precisamos ser missionários, pois ainda existem muitas pessoas que não conhecem Jesus Cristo. Por isso, o Papa Francisco sempre ressalta a natureza missionária da Igreja e exorta todos os seus membros a sermos missionários.
E por onde começar? Devemos começar a exercer a missão em nossas famílias. A primeira célula a ser objeto de nossa evangelização é a nossa família, depois nosso bairro e a partir daí as cidades até os confins do mundo. E quem nos dá esse exemplo é o próprio Jesus. Ele nasceu em Belém e morou em Nazaré. Porém, um dos lugares onde foi propagar sua Boa-Nova foi em Cafarnaum, num entroncamento de grandes estradas. Dentro dos seus recursos, Jesus foi anunciar o Evangelho onde a Boa-Nova poderia “pegar a estrada”.
Os Apóstolos seguiram o exemplo do Mestre. Pedro saiu de Cafarnaum, onde residia e procurou propagar a Palavra. Paulo saiu de Jerusalém e foi para a Grécia, teve coragem de ir ao areópago e proclamar o Evangelho mesmo que ninguém o escutasse, demonstrando que o mais importante é levar a Palavra e que evangelizar é questão de coragem. Não importa se seremos bem recebidos ou mal recebidos, se a Palavra frutificará hoje, amanhã ou nunca. Importa que ela seja semeada.
E para semear é necessária perseverança, que vem da vigilância. Não podemos desanimar por não vermos resultados imediatos. Devemos estar atentos aos frutos, pois o Senhor é quem os fecunda, o tempo é de Deus e não cabe a nós prever.
Além de perseverar, devemos agir na gratuidade, não devemos nos sentir como servos inúteis. Façamos o bem, mesmo se formos incompreendidos, pois o que importa é a nossa firmeza, a nossa intenção. Coloquemo-nos em nosso lugar de missionários, evangelizadores do Senhor, dispostos a sermos sempre discípulos de nosso Mestre Jesus.
Outro aspecto que devemos ressaltar é a disponibilidade. Nossa resposta não pode ser: amanhã eu vou, semana que vem eu vou, ou não sei, tenho tantas coisas para ajeitar. É bom lembrar que os Apóstolos foram chamados por Jesus de forma rápida, não teve ‘’namoro’’ ou um conhecimento breve. Jesus passou, entrou na vida deles, olhou-os e disse: “Sigam-me”. E eles deixaram o modo como viviam, simplesmente largaram as redes e O seguiram. Não tiveram um seminário com Jesus, não tiveram um tempo que pudessem parar e pensar um pouquinho, fazer um discernimento e depois dar a resposta. Foi algo rápido e sumário.
De um lado, os Evangelhos mostram a coragem destes apóstolos. Do outro, mostram que Jesus, em três anos, fez com que morresse nos apóstolos o jeito antigo de viver e de pensar. Fez com que aqueles homens que tiveram a coragem, o desprendimento para segui-Lo, renascessem, recomeçassem, pensassem como Ele, sentissem como Ele.
E se achamos que nada mais temos para oferecer, lembremos de Santa Teresinha do Menino Jesus, que entrou para vida religiosa com 15 anos, morreu com apenas 24 anos e se fez santa num convento que não tinha mais que 800 m². Foi declarada Padroeira das Missões sem nunca ter saído do convento, porque sua oração tinha realmente asas.
Lembremos que a Missão se faz com os pés dos que vão, com os joelhos dos que oram e com as mãos dos que contribuem.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti