Filhos e filhas,
Neste primeiro boletim do mês de agosto, mês vocacional, começo esclarecendo que todas as vocações são importantes e essenciais. Mas nesta mensagem, pela proximidade do Dia dos Pais, quero enfatizar a paternidade.
A família é chamada por Deus a ser testemunha do amor e fraternidade, colaboradora da obra da Criação. Seu papel é fundamental na formação dos filhos, já que aos pais é dada a responsabilidade de formar pessoas conscientes e cristãs. Eles são representantes legítimos de Deus perante os filhos, que devem ser conduzidos nos valores do Evangelho.
Começo ressaltando que a paternidade é muito mais do que simplesmente transmitir material genético na geração de outro indivíduo. Trata-se de um dom que o pai é convocado a viver, no seio da família. Isto é uma vocação e um chamado de Deus, é colaborar com o Seu plano da criação. Por isto, no segundo domingo do mês de agosto, mês das vocações, celebramos o dia dos pais e iniciamos a Semana Nacional da Família.
E, que honra cabe aos pais serem chamados com o substantivo que Jesus nos ensinou a chamar Deus, Abá, Pai, Paizinho. Mas também que responsabilidade serem para seus filhos a primeira imagem que eles farão de Deus.
A figura do pai é tão importante no contexto familiar que Deus desejou que seu Filho Jesus vindo ao mundo, tivesse um. José foi o escolhido para assumir a paternidade do menino Deus.
É difícil ser um verdadeiro pai num mundo de tantos contra valores, em que o amor acaba sendo medido pelos bens materiais. Por isto, tenho falado com muita insistência, os filhos precisam do conforto que os pais podem proporcionar. Mas precisam também, e muito, de carinho, afeto, amor, companheirismo, bom exemplo, correção e castigo, se merecido, como nos diz o Livro do Eclesiástico:
“Aquele que ama o seu filho, castiga-o com frequência, para que se alegre com isso mais tarde! Aquele que dá ensinamentos a seu filho será louvado por causa dele. E nele mesmo se gloriará entre os seus amigos! Aquele que educa o filho torna o seu inimigo invejoso e entre seus amigos será honrado por causa dele. O pai morre e é como se não morresse, pois deixa depois de si um seu semelhante. Durante a sua vida viu o seu filho e nele se alegrou; quando morrer não ficará aflito. Não tem do que se envergonhar perante seus adversários. Pois deixou em sua casa um defensor contra os inimigos. Alguém que manifestará gratidão aos seus amigos. Aquele que estraga seus filhos com mimos terá que lhes pensar as feridas”. (Eclo 30,1-7)
O Papa Francisco refletindo sobre a paternidade, ressaltou:
“A ausência da figura paterna na vida das crianças e dos jovens pode causar lacunas e feridas muito graves. Com efeito os desvios das crianças e dos adolescentes em grande parte podem estar relacionados com a carência de exemplos e de guias respeitáveis na sua vida de todos os dias, com a falta de proximidade, com a carência de amor por parte dos pais”.
Se, por um lado, o Papa chamou atenção para os efeitos maléficos da ausência da paternidade, por outro indicou o quanto é essencial, bela, insubstituível a presença do pais na formação dos filhos. Ou seja, da família.
Que Deus, por intercessão de São José, proteja e fortaleça todos os pais.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti