Simulações computadorizadas indicam deslocamento de nova frente fria sobre grande parte da América do Sul na próxima semana.
Desta vez, o sistema vem com bastante umidade devido ao aprofundamento de dois ciclones extratropicais no Atlântico e por isso, durante seu deslocamento, há simulação para chuva em boa parte da Região Sul, além de áreas de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Algumas cidades paulistas estão há quase 100 dias sem precipitação acima de 10 mm.
Se por um lado, a nova frente fria terá condição para gerar precipitação, minimizando os efeitos da secura do ar e do solo, por outro ela vem munida de intensa erupção de ar gelado.
Esta pode ser a mais intensa onda de frio ao se configurar sobre o Brasil nos últimos anos, pelas recentes rodadas, onde o núcleo projetado do anticiclone supera facilmente os 1040 hPa sobre o Oceano Pacífico, na costa do Chile e de 1036 hPa sobre o norte da Argentina, o que mantém sua forte trajetória continental.
Tal pulso levará o ar gelado até a Amazônia, mais uma vez, e a friagem tende a ser forte entre o Acre, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia. O recorde de menor mínima em área da Amazônia é de 7,3°C aferidos em Vilhena, RO, no dia 30/06.
Para todo o centro-sul, o risco de geada de forte intensidade é grande, o que inclui boa parte da Região Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, entre os dias 28 e 30/07.
O recorde de menor temperatura do ano no Brasil, por enquanto, é de -9,8°C aferidos em Bom Jardim da Serra, SC, no dia 20/07.
Algumas simulações chegam a indicar extremos de até -12°C para a região, e marcas muito preocupantes entre -3°C e -5°C até o interior de São Paulo.
As recentes atualizações, com até 168 horas de antecedência, já mostram este cenário preocupante.
Nossa experiência, contudo, mostra que os números serão ainda mais agressivos nas próximas atualizações, dada à insistência de prognóstico de mais de 40 membros de diferentes modelos.
