Não faça “vista grossa”, diga NÃO ao trabalho infantil!!!
Pensar sobre o trabalho infantil parece algo bastante distante de cada um de nós! Algo que ficou no passado ou em situações que só acometem famílias de grandes cidades. Porém, em 10 de junho de 2021 a UNICEF (Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância) publicou que os índices acerca do trabalho infantil aumentaram, após duas décadas de quedas. E, que a situação pode se agravar em 2022, em decorrência das crises econômicas e do fechamento das escolas causados pela COVID-19, pois crianças e adolescentes podem ter pioradas suas condições de trabalho e/ou o aumento de horas do mesmo, assim como outras crianças serem forçadas ao trabalho infantil devido à perda de emprego e renda entre as famílias.
Dados do IBGE (2019) mostram que 4,6% das crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos de idade estavam em trabalho infantil no Brasil. E, que o trabalho infantil tem uma relação direta com a evasão escolar, ou seja, crianças e adolescentes que abandonam a escola, além das que não conseguem aprender por estarem cansadas ou machucadas em decorrência do trabalho. Ao comprometer a educação, há a restrição de direitos e limitação das oportunidades futuras, o que leva a um ciclo vicioso intergeracional da pobreza e do trabalho infantil.
A psicóloga Merilin Völk, com foco no atendimento infantil, ressalta que o trabalho ocorre em situações precárias, sendo que as crianças correm risco de danos físicos, mentais e sociais. Nos últimos cinco anos, foram registrados 12 mil acidentes de trabalho e 110 vieram a óbito, o que desmistifica o jargão popular “Trabalho não mata ninguém”, mata crianças que tem seu corpo ainda em desenvolvimento, que não tem estrutura física para carregar peso ou manusear instrumentos que foram feitos para adultos. Mais da metade dos acidentes de trabalho são considerados graves, com traumatismos, ferimentos e amputações.
“É importante salientar o comprometimento que toda a sociedade deve ter em reivindicar direitos às crianças e adolescentes, exigindo proteção social e educação de qualidade. Formas de trabalho através do “jovem-aprendiz” são regulamentadas, existem regras para não impactar a integridade física, mental e social dos adolescentes, as atividades deverão ser realizadas em período contrário da escola, sem ultrapassar as 22 horas e não ser insalubre, além disso, só é permitido para maiores de 14 anos de idade. Se alguém da sua família perdeu seu emprego e sua renda, você está nesse momento em vulnerabilidade, mas procure todas as políticas públicas que lhe são de direito e proteja seus filhos” – comenta a psicóloga.