Seca decorrente da falta de chuvas exige mais atenção
do produtor rural, indica Faesp. Situação precisa ser
analisada por autoridades de modo a minimizar o
impacto no setor produtivo e alta no preço dos alimentos

Autoridades devem estudar meios de amenizar os impactos da falta de água no setor produtivo e alta no preço dos alimentos. “O avanço da crise hídrica e as incertezas quanto ao aumento na conta de energia acenderam novo alerta para os agropecuaristas paulistas”, destaca Fábio de Salles Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).

O agronegócio oferece relevante sustentação ao PIB e à balança comercial e garante o abastecimento da população sem interrupções, mesmo com tantos desafios, como a instabilidade de clima e aumento do custo da energia. “Em 2020, fomos responsáveis por um volume bruto de produção de R$ 1,7 trilhão”, revela Meirelles.

A preocupação com a crise hídrica faz redobrar a atenção com o uso de água e sua distribuição no campo, para que o abastecimento não seja interrompido ou fique refém das altas taxas de energia. “Os reajustes batem na cadeia produtiva e se estendem ao consumidor, que é quem compra carne no açougue e o arroz e feijão no mercado e fica com a conta final. A crise hídrica deve ser observada com atenção pelas autoridades e medidas deverão ser tomadas, como a revisão das altas taxas de energia, por exemplo, para não causar o encarecimento dos alimentos”, explica Meirelles.

Na contracorrente da pandemia, o campo mantém o ritmo de modernização e busca superar os obstáculos do novo normal. “A inclusão digital é muito importante para o agricultor durante a pandemia”, diz o presidente da Faesp. “Por isso, estamos nos modernizando, discutindo métodos de irrigação e ampliando a utilização de energia fotovoltaica. Defendemos o uso consciente e responsável da água e energia justamente para otimizar as operações agrícolas e melhor aproveitar cada cultura”, comenta.

A Faesp promove as boas práticas do uso da água e vem realizando esforços para tornar a tecnologia mais acessível aos produtores paulistas. Nesse sentido, desenvolve comunicação assertiva com os sindicatos rurais, de modo a aperfeiçoar as atividades de irrigação, além de outras modernidades, visando garantir maior produção para o agropecuarista.

“O planejamento dentro da porteira é essencial, mas as autoridades precisam estar atentas e oferecer apoio para amenizar o impacto da seca, falta de chuva que, somados à crise energética, poderão atrasar a próxima safra”, finaliza Meirelles.

Inteligência no campo
Segundo a Faesp, a irrigação inteligente com tubulações subterrâneas para gerar o gotejamento de forma localizado é capaz de fornecer água a um perímetro delimitado sem desperdícios. A atividade ajuda a otimizar a plantação a obter melhores resultados garantir o escoamento certeiro da água para as raízes das plantas, garantindo maior absorção da água e eliminando desperdícios.

Outra tecnologia encontra no céu a fonte de energia. A energia solar também vem se popularizando com os chamados sistemas fotovoltaicos que não substituem a energia elétrica, mas ajudam a reduzir os gastos. Segundo dados de 2020 da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o setor rural responde por 13,2% da potência instalada no Brasil e os investimentos nas propriedades passam de R$ 1,7 bilhão.

 

Ricardo Viveiros & Associados Oficina

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