Violência?? Na minha casa não!!!
De tempos em tempos somos assombrados com notícias de crianças que tiveram suas vidas precocemente interrompidas por algum ato de violência. Com certeza, você se lembrará de alguma notícia assim que tenha te marcado, isso porque ela é chocante. E, quando publicada, normalmente, é porque foi uma tragédia, caso contrário, é uma violência silenciosa. Pensando nos motivos do por quê situações tão brutais passam desapercebidos na maior parte do tempo, encontramos nos dados da ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) a explicação: 90% dos atos de violência tem como autor alguém familiar, ou seja, pai, padrasto, outro familiar ou pessoa próxima da família.
No dia 18 de maio é promovida uma campanha, sendo o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de crianças e adolescentes. Assunto muito difícil, mas enquanto fugirmos e não encararmos essa triste realidade, as estatísticas continuarão altas. Visto que, ainda segundo os dados da ABRASCO, a violência mais atendida em UBS (Unidade Básica de Saúde – o Posto de Saúde) contra crianças e adolescentes de 0 a 13 anos, em 58% dos casos, é o Estupro. E, infelizmente, somente 1% delas procura ajuda profissional, por conta do medo da rejeição social e familiar e, pelas ameaças do próprio agressor.
A psicóloga Merilin Völk, com foco no atendimento infantil, enfatiza que a experiência de uma situação de abuso pode afetar o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo das crianças de formas e intensidades diferentes. Alguns comportamentos que podem ocorrer são: ocasionar algum distúrbio alimentar e afetivo; comportamento agressivo; automutilação; pesadelos; medo; perda de interesse pelas brincadeiras e rebaixamento nas atividades escolares; isolamento; baixa auto estima; fugas de casa; uso de álcool e outras drogas e, até mesmo, tentativas de suicídio.
“Quando o ato de violência ocorre por um familiar, a criança perde a referência da segurança do seu lar, e pode sentir vergonha, culpa, ansiedade, tristeza e irritabilidade. Se nenhum outro membro da família oferece proteção a ela, esses sentimentos vão crescendo. O melhor método para prevenção ainda é o diálogo, os pais precisam passar por cima das dificuldades e quebrar os tabus, ensinando as crianças sobre o assunto, sobre seu corpo e o que pode ou não ser tocado. Lembrando que o agressor usa da brincadeira para envolver e seduzir a criança, desta forma, dificulta a percepção dela sobre o que está acontecendo além do fato de ainda não ter maturidade para compreender esse ato. Ela precisa que um adulto a proteja. E, se precisar, busque ajuda para se fortalecer, mas não deixa para amanhã algo tão urgente”, comenta a psicóloga.
Psicóloga Merilin Völk – atendimento infantil e orientação de pais
CRP: 06/105418

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