Para trazer novas opções e auxiliar produtores na escolha do melhor tipo de pastagem bovina, a Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Dr. Antônio Eufrásio de Toledo, de Presidente Prudente, desenvolve um trabalho de pesquisa e avaliação de valor de cultivo no uso de pastejo com diferentes sementes de capim, incluindo cultivares importados que ainda não estão disponíveis para comercialização no País. O objetivo é estimular a inovação no campo, gerar avanços na produção e melhoria na qualidade da carne consumida pela população.

Produzido em parceria com a Associação Nacional dos Produtores de Sementes de Gramíneas e Leguminosas Forrageiras (Anprosem), o projeto avalia quatro tipos de capim brachiaria (marandu, ruziziensis, brizanta e chapada) e o comportamento do miyagui. O estudo, que vem sendo desenvolvido há quatro anos, está trazendo resultados no mercado de sementes local e no aprendizado dos alunos da Etec. No momento, mais uma plantação de gramíneas está crescendo e poderá receber animais para pastagem no segundo semestre.

Para realização da pesquisa, a Etec disponibilizou uma área equivalente a oito campos de futebol, além de 24 bezerros para consumo da pastagem. Foram envolvidos mais de 160 estudantes dos cursos técnicos de Agropecuária, Agrimensura e Florestas integrados ao Ensino Médio. Eles atuaram em atividades de planejamento, preparação do solo, plantio, acompanhamento de rebanho e testes em laboratório. “As primeiras etapas permitiram avaliar o diferencial de cada espécie em relação às condições climáticas e a topografia da região. Os dados vão aprimorar o cultivo e a introdução de novos tipos no mercado para atender às diferentes necessidades dos produtores”, explica o professor responsável pelo projeto, Cauê Zanet.

Semeando oportunidades

Os alunos aprendem técnicas de cultivo e de melhoramento genético de sementes, levando em consideração quantidade de proteína, digestibilidade e ganho de peso do gado, bem como durabilidade da planta, potencial de reprodução, impacto ambiental e economia de recursos para manutenção. “A pesquisa estimula a inovação e o empreendedorismo entre os jovens na busca pela produção de capins mais adaptados ao solo arenoso do Oeste Paulista. A prática aumenta ainda a possibilidade de emprego nas diversas empresas agrícolas e de nutrição animal da região”, diz.

A iniciativa trouxe benefícios para a escola e também para a cooperativa de estudantes com a estruturação de uma área completa de pasto, com cerca de arame, bebedouro para os animais e acompanhamento metodológico profissional. “Agora os jovens podem trabalhar o ciclo inteiro da pastagem. Antes era possível somente criar bezerros para comercialização. Hoje temos nossas primeiras novilhas para engorda, ampliando as possibilidades produtivas da fazenda.”

Com a pandemia, as atividades presenciais deram lugar a video-aulas produzidas por professores e funcionários da Etec. “O trabalho é contínuo, com as diversas fases de vida do pasto, permitindo uma atualização constante dos alunos, principalmente em qualidade genética. Eles estarão sempre à frente das novidades para melhorar a produção, destaca Zanet.

 

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