Na semana em que o Brasil, mais uma vez, quebrou o recorde de mortos diários pela Covid-19 – 2.798 mil pessoas perderam a vida somente na terça-feira (16) – o presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, Carlos Lula, afirmou que o país deve passar por forte pressão no sistema de saúde do país nas próximas semanas. Prova disso é que dados dos governos estaduais mostram que 24 regiões e o Distrito Federal praticamente não têm mais leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis.

O Ministério da Saúde apontou a região Sul como epicentro da Covid-19 no Brasil. Os três estados sofrem com o avanço da contaminação na variante do Coronavírus, o P1, que tem uma força de infecção maior. Com isso, os governadores de Santa Catarina, Carlos Moisés; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; e do Paraná, Ratinho Júnior, se reunirão na última quarta-feira (17) com o futuro ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Eles discutiram formas de enfrentamento ao Coronavírus. Ao sair do encontro, o governador de Santa Cataria afirmou que o Governo Federal se comprometeu a apoiar a região com vacinas e materiais para os atendimentos hospitalares. No estado, a ocupação de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) adultos é de 99%. “Afiançaram conosco a questão do avanço na entrega das próximas doses de vacina, fazendo com que a gente consiga imunizar a nossa população, e nós trabalhamos também com o governo central a questão da demanda por insumos, especialmente insumos de intubação, os medicamentos e também do manejo, até porque nós consideramos, hoje, o Sul do país como o epicentro neste momento desta crise, especialmente com a nova Cepa do Coronavírus (P1), que circula praticamente em 80% na nossa região”.O governador Ratinho Júnior anunciou que se uniu ao governador do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina para criar medidas de combate à Covid-19. Na região, a ocupação em leitos do SUS adultos é de 96%.  “A ideia é criar este planejamento estratégico, tanto para a compra de insumos, também na questão da regulação de equipamento e até leitos de UTI. Conforme um ou outro estado tenha uma queda no volume de leitos sendo utilizados pela sua população, pode colaborar com os estados vizinhos e os estados irmãos, que é o nosso caso aqui dos três estados”.

Eduardo Leite falou sobre as medidas restritivas adotadas para evitar o avanço da doença, não só na região Sul, mas em todo país. No Rio Grande do Sul, a taxa de ocupação de leitos de UTI do SUS chegou a 107,8%. “É importante que haja uma coordenação técnica por parte do Ministério da Saúde, não para que o Brasil inteiro faça um fechamento ao mesmo tempo, que não parece fazer sentido à medida que nós, por dimensão continental que temos, temos estágios diferentes. Por exemplo, o Sudeste está vendo, neste momento, o aumento expressivo de internações que nós vivenciamos há cerca de três semanas. Hoje estamos estabilizando, esperamos ver uma redução, então são situações distintas”, ressalta o governador, comentando que é importante que cada governador identifique suas possibilidades dentro do seu quadro econômico e social, além da adesão que tem da sociedade. Apesar dos números altos, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde acredita que as internações e mortes por Covid-19 comecem a cair a partir do mês de maio, com o início da vacinação do público acima de 60 anos.

Por Luis Ricardo Machado
Rede de Notícias Regional /Brasília
Crédito da foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

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