O mercado financeiro brasileiro elevou a projeção da inflação deste ano de 3,98% para
4,60%. A informação reforça a tese de que o Banco Central possa elevar a taxa básica
de juros no país. A taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia para Títulos
Federais (Selic) determina o valor base dos juros.

O Banco Central deverá divulgar o novo índice na próxima quarta-feira (17) e caso a taxa Selic suba, será a primeira vez desde 2015 que os juros básicos serão ajustados para cima. Quem define esta taxa é o Conselho de Política Monetária (Copom). Para o economista Cesar Bergo, a inflação real do ano passado e deste ano já são motivos suficientes para um aumento na taxa básica de juros pelo Banco Central. “Na pandemia nós tivemos alguns fatores: a distribuição do Auxílio Emergencial fez com que as pessoas tivessem dinheiro, e isto acabou levando um aumento na inflação; além do aumento do dólar, porque muitos produtos são cotados em dólar, pois são importados. Então, o Banco Central tem duas políticas, que é a política cambial, a política monetária, além da política de crédito.

Na política monetária, o Banco Central deve adotar uma política de aumento da taxa de
juros exatamente para controlar e arrefecer o ânimo da inflação”, analisa.

Bergo ainda explica quais as consequências para o consumidor com a elevação da taxa básica de juros. “Para o consumidor acaba sendo um fator importante, porque o aumento da taxa Selic tende a controlar a inflação, e com isto os produtos vão ficar mais acessíveis para a compra do consumidor. Aquele consumidor que tem empréstimo, este, de fato, de
alguma forma será impactado. Aumentando a taxa de juros, encarece os empréstimos.

Então, para o consumidor às vezes fica difícil, mas, hoje, com a inflação crescendo, o
imposto inflacionário é muito maior que qualquer efeito que a taxa Selic possa produzir
para o consumidor normal”, esclarece o economista, comentando que há uma tendência
que as taxas dos juros de empréstimos também subam. Da última vez que o Conselho de
Política Monetária do Banco Central elevou a taxa Selic, em 2015, o índice passou de
13,75% para 14,25% ao ano. Nos últimos sete meses a taxa está se mantendo em 2%. A
expectativa do mercado financeiro do país é que a taxa Selic suba para 2,25% ao ano.

 

Por Luis Ricardo Machado
Rede de Notícias Regional /Brasília
Crédito da foto: Marcello Casal/Agência Brasil

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