A alta no preço dos alimentos no período da pandemia tem tirado o sono dos brasileiros. No acumulado de 12 meses, o crescimento foi de 15%, aproximadamente três vezes maior que a inflação registrada no mesmo período. Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A maior alta registrada foi o óleo de soja. Em 12 meses, o preço do produto subiu mais de 87%. O arroz, indispensável na mesa do brasileiro, veio logo atrás, com uma alta de quase 70%. A batata e o leite também subiram de preço, mas você sabe o que está causando esta alta no preço dos alimentos durante a pandemia? A economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Virene Matesco, explica este movimento. “Devido à pandemia, há uma certa dificuldade ou irregularidade para manter certos abastecimentos. Temos também as comodities alimentícias, que são itens de exportação do Brasil, como soja, milho, carnes e café. Há uma pressão grande pelo aumento de preços porque o Brasil é exportador. O mundo vem praticando uma política de segurança alimentar e, ainda, há uma alta muito acentuada do dólar, o que vem pressionando muito, em modo favorável, as exportações. Quanto mais o Brasil exportar estes itens, maiores serão as pressões aqui dentro no mercado interno brasileiro”.

Virene estima que, neste ano, os preços devem continuar subindo. “Eu acredito que os preços ainda vão se manter com uma pressão de alta, mas não como nós verificamos no ano passado. Acredito em uma pressão relativamente menor”.

A dica, de acordo com a economista, é mudar os hábitos na hora de fazer as compras. “A dica que eu dou é o que venho fazendo: faço questão de ir à feira fazer compras e tenho comprado só produtos da época, porque qualquer item fora da época, os preços estão muito elevados. Quando vou às compras no supermercado, costumo substituir aqueles itens que estão muito caros por itens bem mais em conta”, aconselha. De acordo com o IBGE, a inflação foi impulsionada, principalmente, pelo preço dos combustíveis. Segundo o levantamento, em nove meses o preço da gasolina para o consumidor final subiu quase 28%.

Por Luis Ricardo Machado
Rede de Notícias Regional /Brasília
Crédito da foto: Arquivo/ Agência Brasil

 

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