O preço da gasolina subiu pela sexta vez este ano e o produto já acumula alta de 54,3% nas refinarias e na bomba. Os preços estão sendo repassados e o litro do combustível se aproxima de R$ 6. Mas você sabe o motivo destes constantes aumentos? De acordo com a Petrobras, o reajuste nos preços dos combustíveis segue uma metodologia adotada em 2018. A estatal acompanha os preços internacionais de mercado do produto. Além disso, o preço do petróleo é em dólar e cada vez mais a moeda americana está mais cara no Brasil. Porém, de acordo com a estatal, a empresa é responsável apenas por um terço do preço do combustível pago pelo consumidor no posto. O restante é composto por impostos federais, estaduais, custo de transporte e de revenda do produto. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Distrito Federal, Paulo Tavares, explica como o aumento da Petrobras chega ao consumidor. “Quando a refinaria aumenta os preços através da Petrobras, ela repassa este aumento para a distribuidora. Entretanto, este aumento é apenas realizado na gasolina Tipo A. Portanto, sempre que houver um aumento na refinaria, o impacto desse aumento na gasolina comum será sempre na proporção de 73%, ou seja, se o aumento for de R$ 0,10, a gasolina comum sofrerá um aumento de R$ 0,73”, explica Paulo, comentando que este aumento é repassado automaticamente da distribuidora para o revendedor, que por sua vez decide ou não repassar para as bombas. Uma das propostas do governo para tentar barrar o preço da gasolina sem interferir na Petrobras é mudar a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A proposta enviada para o Congresso Nacional quer que o imposto, principal fonte de arrecadação dos estados, tenha um valor único. Porém, o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis, Paulo Miranda Soares, acredita que a medida não deve mexer no preço da gasolina, mas terá outra função importante. “Eu não enxergo nestas medidas do governo uma redução de preço. O que enxergo talvez seja redução da sonegação fiscal que a gente denunciou a vida inteira. Talvez este tipo de sistema de cobrança do imposto seja a única coisa que pudesse dar uma certa estabilidade no preço do produto. O Estado poderia segurar isto por um tempo maior e teríamos mais previsibilidade. Acho que foi esta a intenção do governo quando sugeriu esta unificação de alíquota”.
Além da gasolina, o preço do diesel acumulou uma alta de 41,5% este ano. A Petrobras não pretende mexer na política de preços, o que sinaliza a continuidade das altas dos combustíveis nos próximos meses.
Por Luis Ricardo Machado Rede de Notícias Regional /Brasília Crédito da foto: EBC