O Governo Federal prevê um gasto de R$ 34 bilhões com a volta do Auxílio Emergencial no país. De acordo com um estudo da Instituição Fiscal Independente do Senado Federal, no total, os custos com o benefício devem chegar a R$ 45 bilhões. Porém, parte desse dinheiro, cerca de R$ 10 bilhões, será paga com recursos do Programa Bolsa Família, que já estão previstos no orçamento anual.
A projeção de gastos leva em consideração o pagamento de quatro parcelas de R$ 250, pagas a 45 milhões de beneficiários. Em dezembro de 2020, ao anunciar o fim do auxílio, o governo apostou na recuperação da economia e do mercado de trabalho. Porém, ainda por causa do reflexo da pandemia, a estimativa é que, esse ano, o nível de desemprego no Brasil chegue a 15%.
Para o analista econômico Fernando Mota, sem o auxílio para as famílias, no quarto semestre de 2021 o cenário econômico do país pode se tornar ainda pior. “A gente percebe que o setor de serviços sofreu muito e a retirada desse auxílio vai piorar mais ainda, e o consumo vai cair, obviamente. Com certeza nós sentiremos isso no quarto semestre. O governo precisa achar soluções ou de alguma outra forma seja injetado dinheiro na mão dos mais pobres para que esse dinheiro volte para a economia. Foi assim que superamos outras crises, como a de 2008, e por isso devemos seguir este caminho”, ressalta o economista.
A equipe econômica do Senado projetou dois cenários para a volta do pagamento do Auxílio Emergencial. No mais otimista, se o benefício for liberado para 35 milhões de famílias, as quatro parcelas de R$ 250 teriam um custo extra de R$ 24 bilhões. No cenário mais pessimista, se o pagamento chegar a 50 milhões de pessoas, o custo adicional chegaria a quase R$ 59 bilhões.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a chamada PEC Emergencial, deve ser votada dia 25 de fevereiro, no Senado. O objetivo é autorizar a nova rodada do benefício sem risco de ultrapassar os limites das metas fiscais e do teto de gastos.
Por Luis Ricardo Machado Rede de Notícias Regional /Brasília Crédito da foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil