A equipe médica responsável pelo acompanhamento do prefeito Bruno Covas (PSDB), 40, anunciou na noite de ontem que ele precisará passar por novas sessões de quimioterapia para tratar do câncer diagnosticado em 2019, localizado na transição entre o estômago e o esôfago. O motivo, segundo nota divulgada à imprensa, foi a descoberta da presença de um tumor no fígado.
“Os exames de imagem realizados nesta 4ª feira, 17/02, evidenciaram sucesso da radioterapia no controle dos linfonodos, próximos ao estômago. Foi detectado também o surgimento de um novo nódulo no fígado, cuja presença enseja ajuste no tratamento. A imunoterapia será interrompida e um novo protocolo de quimioterapia convencional terá início”, disse o boletim médico.
A oncologista e coordenadora do grupo de tumores gastrointestinais e neuroendócrinos da Oncoclinicas, Renata D’Alpino, explica que a presença do novo tumor não significa que o prefeito tenha desenvolvido outro tipo de câncer. “Em muitos casos de pacientes com tumores malignos, mesmo com o tratamento, é possível que células cancerígenas se soltem do órgão original onde a doença está localizada e tentem ‘viajar’ para outra parte do corpo. Em geral, esse trajeto não dá certo e essas células são eliminadas pelo organismo, mas quando elas conseguem alcançar uma nova área e se estabilizar, acabam gerando uma multiplicação da doença e o aparecimento do câncer em outra parte do corpo. É o que denominamos como metástase”, diz a médica. No caso do prefeito, esta nova metástase no fígado indica que o tratamento anterior com imunoterapia não está funcionando.
Embora afete outro órgão, o novo tumor tem as mesmas características da doença inicial e, por isso, não pode ser classificado ou tratado como sendo um câncer diferente por estar presente em outro órgão. “Por exemplo, quando o câncer de estômago causa metástases no fígado, as células que formam o novo tumor mantêm as suas características de origem, como se fossem uma espécie de clones. Por isso, o recomendável é seguir o protocolo de tratamento indicado para o tipo de câncer original, com quimioterapia ou radioterapia, por exemplo”, frisa a especialista.
A metástase geralmente é diagnosticada por meio dos exames de acompanhamento do paciente. Esses testes também ajudam na escolha das condutas a serem adotadas, que leva em conta a origem (tumor primário), o tamanho e a extensão do tumor.
Assessoria de Imprensa